Como Google e Booking.com trabalham a IA?
7 de dezembro de 2023Apesar das muitas discussões sobre o tema, ainda não se sabe ao certo como a IA (Inteligência Artificial) impactará a indústria de viagens. Nesse cenário, como o Google e a Booking.com vêm trabalhando esse recurso em suas operações?
As duas empresas têm, há muito tempo, uma relação mutuamente benéfica. Isso porque o Google fatura milhares de dólares dos anúncios da Booking.com, que por sua vez aproveita a demanda de clientes que o buscador envia. David Goulden, CFO da OTA, afirmou recentemente que a gigante de tecnologia se limitará à publicidade de viagens e não entrará nas reservas, área onde a agência de viagens online tem vantagens incorporadas, aponta o Skift.
Além disso, o executivo disse ter certeza de que o buscador ainda desejará monetizar seu negócio e torná-lo atraente para clientes como a própria Booking.com, que está lançando suas ferramentas de assistente de viagem. “Portanto, tenho certeza de que, à medida que a experiência de pesquisa evolui, evoluiremos com eles como fizemos ao longo de muitos anos”.
Booking.com aposta em viagens com IA
Hoje, a Booking Holdings já possui uma variedade de ferramentas de IA para assistentes de viagem em suas diversas marcas. Por outro lado, o chatbot Bard do Google oferece extensões de viagem com disponibilidade em tempo real para hotéis e companhias aéreas.
“Também teremos uma ótima ferramenta de planejamento, mas é provavelmente aí que o Google irá parar, porque o que esses sistemas de viagens não terão é toda a capacidade que nós, como agentes de viagens online, temos”, diz Goulden.
“Temos relacionamentos ativos com mais de 3 milhões de propriedades em todo o mundo no espaço de alojamento, onde temos disponibilidade em tempo real. Além disso, há milhares de pessoas prestando atendimento ao cliente. Contamos com uma plataforma de pagamentos na qual é possível pagar tudo em um só lugar e gerenciar, e eu posso continuar indefinidamente”, acrescenta.
Atualmente, o Google tem muitas vantagens sobre a Booking.com, dado o controle atual da companhia sobre suas pesquisas e recursos. Mas, também não está claro neste momento como o resultado de vários processos judiciais e iniciativas regulatórias antitruste afetariam o domínio da pesquisa da empresa.
Goulden, por sua vez, defende as vantagens integradas da Booking.com. “Acreditamos que a combinação do nosso assistente de viagens dentro dos nossos dados e tendo acesso aos dados públicos. Ainda podemos construir uma oferta de viagens totalmente diferenciada”, afirma.
(*) Crédito da foto: Freepik