O resultado mais alto do que o esperado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre elevou as projeções dos analistas para o indicador em 2023. Agora, estimativas de profissionais das principais instituições financeiras do país apontam para alta superior a 2%.

Se as perspectivas forem confirmadas, será um crescimento mais próximo ao observado no ano passado, quando a economia avançou 2,9%. Foi a segunda alta após o baque de 2020, quando o PIB despencou devido à pandemia de Covid-19, aponta O Globo.

João Savignon, head de Pesquisa Macroeconômica da Kínitro Capital, afirma que a projeção de 1,8% do PIB deste ano será revisada para algo próximo de 2,5%, devido ao “excelente desempenho do agronegócio e da manutenção do crescimento dos serviços”. Já o Credit Suisse revisou a estimativa de 2023 de 1,3% para 2,1%, após o resultado acima do esperado.

Possíveis novas revisões

A MB Associados também aumentou sua projeção para o crescimento da atividade econômica este ano, de 1,3% para 2,1%, e não descarta novas revisões. “Mesmo para entregar esses números, os demais trimestres do ano precisariam cair na margem. Ou seja, para crescer 2,1%, teríamos que ter uma recessão em todo o restante do ano. Não parece ser o caso em um momento de discussão de queda de juros no segundo trimestre, inflação desacelerando e mercado de trabalho dando sinais ainda fortes até abril”, diz o relatório da empresa.

“Há chances reais de revisões serem feitas para cima e um PIB que no começo do ano parecia perdido, conseguirá reverter a tendência por conta das commodities”, continua.

Por mais que os analistas tenham aumentado suas projeções em relação ao PIB, economistas seguem acreditando que existe uma perspectiva de desaceleração para o restante do ano. “Os juros altos, a dissipação dos efeitos do impulso da agropecuária o cenário externo incerto devem desacelerar a atividade econômica”, finaliza Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

(*) Crédito da foto: Tumisu/Pixabay