A proposta hostil de aquisição da Wyndham Hotels & Resorts pela Choice Hotels International entrou em uma nova fase, marcada por recriminações. A Choice anunciou hoje (20) que está em diálogo com acionistas institucionais que representam 40% do total de ações em circulação da Wyndham, discutindo a recente oferta de troca de ações, conforme relatado pelo Skift.

“Desde o lançamento da oferta de troca, estabelecemos contato com dezenas de acionistas institucionais da Wyndham, representando mais de 40% das ações em circulação, com base nos registros disponíveis mais recentemente”, diz a Choice Hotels em comunicado. Durante essas discussões, muitos acionistas expressaram consistentemente apoio aos méritos industriais da transação, bem como o desejo de ambas as partes colaborarem para alcançar uma resolução rápida.

A rede, responsável pelas operações das marcas Comfort e outras, informou que representantes da Wyndham entraram em contato com seus executivos para discutir “uma transação potencial e proteções regulatórias”. No entanto, as “discussões de boa fé” foram encerradas de forma abrupta no dia 17 de dezembro.

Na semana anterior, o conselho de administração da Wyndham se manifestou em documento contrário à oferta não solicitada da Choice Hotels, recomendando unanimemente que os acionistas a rejeitassem. Apesar disso, alguns analistas expressaram otimismo. Executivos da JP Morgan elevaram a classificação das ações da Choice Hotels de “abaixo do peso” para “neutra”, em parte devido à retração das ações desde o anúncio dos planos hostis de aquisição da Wyndham. No entanto, a Skift Research observa que a forma como o mercado precificou as ações de ambas as empresas sugere que a maioria dos investidores está cética em relação à conclusão do negócio.

Divergências

A Choice Hotels destacou, em nota divulgada no Hotel News Resource, que a Wyndham tem tentado prejudicar a capacidade de seus acionistas obterem valor. “Os acionistas da Wyndham deveriam estar preocupados com a flagrante descaracterização do cenário competitivo do setor hoteleiro pela empresa”. A rede argumenta que os comentários da Wyndham questionam sua capacidade de apoiar adequadamente os franqueados e, simultaneamente, gerar valor para os acionistas por meio de fusões e aquisições.

A Comissão Federal de Comércio dos EUA fará sua própria avaliação independente dos méritos competitivos da transação proposta, com base em fatos específicos. Segundo o conselho da Wyndham, a tentativa de usar a entidade para impedir que os acionistas da rede acessem a opção de uma fusão com a Choice lhes tira uma vantagem significativa da combinação ou, no mínimo, a taxa de desconto substancial que a Choice ofereceu no caso improvável de a transação não acontecer.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Choice Hotels International