A maior festa do país está de volta e promete movimentar o turismo brasileiro. O retorno do Carnaval aos moldes tradicionais tem previsão de gerar R$ 8,18 bilhões na economia nacional, mas ainda fica atrás do registrado na folia de 2020, quando a receita foi de R$ 8,47 bilhões, 3,3% a mais do esperado para 2023, segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Com a vacinação em massa e o fim das restrições impostas pela pandemia, a festa de rua retorna aos principais destinos brasileiros com a promessa de elevar as ocupações hoteleiras. Data de extrema importância para o turismo, o Carnaval é fonte de renda para milhares de trabalhadores informais.

De acordo com a CNC, a diferença entre as festas de 2023 e 2020 se dá por condições econômicas desfavoráveis, reajustes de preços, juros altos e rendas comprometidas. Um fator de peso são os valores das passagens aéreas e hospedagens, que acumularam alta de 23% e 18% nos últimos 12 meses, respectivamente.

O MTur (Ministério do Turismo) espera que o Carnaval movimente cerca de 46 milhões de pessoas. A festa deve gerar 24,6 mil vagas de trabalho temporárias em cargos como cozinheiro, auxiliar de cozinha e profissionais de limpeza.

Expectativas nos principais destinos

Segundo informado pelo jornal Metrópoles, as praças carnavalescas mais tradicionais do país apontam crescimento expressivo frente aos últimos dois anos, mas sem chegar aos níveis pré-pandêmicos.

O Rio de Janeiro vê em 2023, de acordo com a CNC, o menor volume financeiro da última década, à exceção dos anos pandêmicos. Os números divulgados pelo Riotur em parceria com a Smdeis (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação) preveem movimentação de R$ 4,5 bilhões, superando assim o registrado em 2020 de R$ 500 milhões.

Em São Paulo, cerca de 4,5 milhões de turistas devem movimentar por volta de R$ 3 bilhões — o equivalente a 36% da projeção nacional. Ainda no estado paulista, 81% dos municípios esperam índices melhores que os de 2020, cenário mais otimista que o previsto para o país.

Belo Horizonte tem ganhado lugar cativo na rota da folia. Neste ano, a expectativa é de que 5 milhões de pessoas passem pela cidade. A estimativa se iguala ao Rio de Janeiro. A Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte) revela que 16.117 ambulantes se cadastraram para atuar na festa e os cadastros excedem em 10% os números de 2020.

Em Olinda, a ocupação do setor hoteleiro já beira a lotação máxima. A prefeitura da capital pernambucana estima uma circulação de 4 milhões de foliões e turistas entre a cidade histórica e Recife. Concretizada a prospecção, o evento supera, em 400 milhões, os presentes em 2020.

Com o tema O Melhor Carnaval do Mundo Voltou, Salvador prevê que 800 mil turistas se somem aos foliões locais. O volume de pessoas de fora se traduz em 95% da capacidade hoteleira ocupada. A Secult (Secretaria de Cultura e Turismo) projeta arrecadação estimada em R$ 1,8 bilhões. O destino baiano espera em um movimento de R$ 479 milhões.

(*) Crédito da foto: arquivo MTur