A partir do dia 2 de janeiro de 2024, o aeroporto Santos Dummont, no Rio de Janeiro, passa a operar com restrições. O governo federal assinou ontem (10), uma portaria que permite voos domésticos em perímetro de 400 quilômetros (km) e exclui, inclusive, aeroportos internacionais, como o de Guarulhos, em São Paulo. A medida tem como objetivo mover as viagens aéreas para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, que viu sua demanda cair drasticamente desde a pandemia. 

Desde que foi anunciada, a portaria passou por alterações. Inicialmente, a ideia era que o Santos Dummont passasse a operar as pontes Rio-SP e Rio-Brasília. Agora, contudo, Brasília não está nas rotas de operação do terminal. A ponte Rio-SP se mantém e voos para Vitória também poderão partir de e para o Santos Dummont.

Reações

A resolução tem gerado opiniões controversas. Para setor público carioca, a aprovação da medida é uma vitória. O governador Cláudio Castro e Eduardo Paes, prefeito do Rio, fizeram pressão para que a portaria fosse aprovada. 

Já Guti Costa, prefeito de Guarulhos, chegou a cogitar ir à justiça caso a medida fosse aprovada e ponderou as perdas para a cidade que, segundo ele, chegariam a 23% do total do ISS (Imposto Sobre Serviços). 

Entre os críticos, está Jerome Cadier, CEO da Latam. Em entrevista à Globonews, Cadier defendeu que o cliente deve ter a liberdade de escolher para onde voar. 

“A gente vai trabalhar para dar ao aeroporto do Galeão a melhor conectividade que ele pode ter. Mas acho que a decisão de para onde voar desde o Santos Dumont precisa ser deixada para o passageiro”, afirmou o executivo. “E deixar as companhias oferecerem, dada a condição de quantidade de voos no Santos Dumont, quais destinos vão ser conectados”, complementa.

Cadier defende, ainda, que o controle sobre os destinos de partida e chegada à um aeroporto exige uma mudança de lei, não uma simples portaria.

(*) Crédito da foto: 4045/Freepik