Maxmilhas, da 123 Milhas, pede recuperação judicial
22 de setembro de 2023A Maxmilhas, que pertence ao grupo da 123 Milhas, entrou com pedido de recuperação judicial ontem (21) no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) declarando dívidas de R$ 226 milhões, aponta a Folha de São Paulo.
Segundo a empresa, a ação deve-se aos efeitos no mercado de OTAs, decorrentes da reestruturação da 123 Milhas, que entrou em recuperação judicial no final de agosto. Se um pedido de recuperação judicial é aceito, a companhia consegue evitar a cobrança de dívidas e ganha tempo para organizar um plano de pagamento.
“Ainda que a Maxmilhas tenha uma operação independente da 123 Milhas, o mercado tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira da empresa”, afirmou em nota.
Entendendo o caso
A 123 Milhas entrou em recuperação judicial no dia 31 de agosto, com dívidas de R$ 2,308 bilhões. Nesta quarta (20), a 21ª Câmara Cível do TJMG suspendeu a ação a pedido do Banco do Brasil, maior credor da companhia. Caso o pedido de aditamento da Maxmilhas seja deferido, o valor da causa da 123 Milhas será retificado para R$ 2,534 bilhões.
“A recuperação judicial está suspensa, logo qualquer aditamento feito em processo suspenso não poderá ter efeito jurídico”, diz Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor e diretor jurídico do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania).
“O tribunal já demonstrou seu entendimento no sentido de que para haver a análise de qualquer pedido de recuperação, necessária se faz a análise pericial prévia da viabilidade operacional da empresa por meio do procedimento de constatação prévia. É fundamental para se concluir se a atividade econômica da empresa se mostra viável ou não e para saber se as recuperandas atendem efetivamente os requisitos para o pedido de recuperação judicial ou se seria o caso de falência”, completa.
De acordo com o processo, protocolado na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, a crise da 123 Milhas gerou queda abruta nas vendas da Maxmilhas. O faturamento teria caído, em um mês, 70% com venda de passagens aéreas e 90% na venda de hospedagens. Em nota, a empresa afirmou que não haverá a suspensão de nenhum produto e que não cancelou passagens ou reservas de hospedagens.
(*) Crédito da foto: Reprodução/Maxmilhas