5º Fórum Nacional da Hotelaria é aberto em São Paulo

Há pouco, no WTC Events Center, em São Paulo, foi aberta a 5º edição do Fórum Nacional da Hotelaria, promovido pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). Com o tema Artistas da Transformação, o encontro foi aberto por Orlando de Souza, presidente executivo da entidade, dando o pontapé inicial da grade de conteúdo a ser apresentada durante todo o dia.

“Os hoteleiros são verdadeiros agentes de transformação, então o tema se adequa perfeitamente à proposta do evento. Estamos muito felizes em promover esse que é um dos maiores encontros do setor”, comentou Souza, declarando oficialmente aberto o encontro, que recebe todo o trade hoteleiro para uma série de discussões relevantes sobre diversos pontos.

“Surpreender e inspirar. Esse é um dos objetivos primordiais do nosso fórum, que não coincidentemente acontece em uma semana de grandes encontros do setor, como a Equipotel e o Conotel”, finaliza Souza.

Eduardo Giestas, CEO da Atlantica Hospitality International e presidente do Conselho Administrativo do FOHB, também ressaltou a importância do evento. “Os últimos anos foram de incertezas, por conta da pandemia. O FOHB, nesse período, se tornou para nós, um agente ainda mais importante, porque pudemos debater diversas medidas de enfrentamento àquela crise. O legado deixado naquele momento foi de fortalecimento e união do setor”, ressalta.

5º Fórum Nacional da Hotelaria - Eduardo_Giestas

“As discussões que promovemos têm papel importante para a união do setor”, diz Giestas

 

Ainda durante sua explanação, o executivo fez pontuações acerca da abordagem do setor na Reforma Tributária. “Hoje, estamos em franca aceleração, e por conta disso, acredito que somos merecedores de um regime diferenciado. Não há mais como onerar a nossa cadeia, e nossa luta é baseada nisso. Em termos de performance, creio que ainda há espaço para recuperarmos tarifas nos próximos 12 a 18 meses. Esse é um dos nossos desafios, que não são poucos. O momento é de celebração e reconhecimento e continuaremos promovendo ações em prol da hotelaria”, completa.

Macroeconomia e o setor de viagens

Abrindo oficialmente a grade de palestras do 5º Fórum Nacional da Hotelaria, Carlos Alberto Sardenberg, jornalista especializado em Economia, apresentou o painel Brasil, da macroeconomia ao setor de serviços: turismo e viagens. Logo em sua primeira fala, o palestrante pontuou que é importante ter em mente que, quando se planeja qualquer tipo de negócio, é preciso se atentar às tendências macroeconômicas.

“Estamos falando de comportamentos humanos. Pessoas que investem, compram, passam a viajar. É uma série de decisões que acabam determinando os rumos da economia. Por outro lado, quando olhamos o passado, conseguimos projetar movimentos futuros com base no que já vimos acontecer antes. Não necessariamente os cenários se repetem, mas conseguimos traçar alguns horizontes”, diz.

“Nos últimos meses, vimos melhoras claras na situação da economia, reflexo da volta da atividade econômica após a pandemia. Se a inflação está em tendência de alta, os juros sobem. Se o movimento é contrário, os juros começam a cair, que é o que estamos vivendo hoje: uma queda considerável no IPCA e na taxa Selic”, analisa Sardenberg.

Ainda durante a palestra, o jornalista ressaltou que é importante que haja sincronização entre as perspectivas do mercado financeiro e o comportamento do Banco Central, que define as metas de inflação e taxa básica de juros. “Instituições financeiras, consultorias e instituos de pesquisas econômicas trabalham em um modelo parecido com o Banco Central e traçam perspectivas que são posteriormente compartilhadas pelo órgão”, explica.

Principais dados

Durante a explanação, Sardenberg explicou que houve uma grande desorganização econômica global durante a pandemia e que, em 2021, se iniciou um gradual movimento de recuperação. “As empresas foram em busca de insumo para retomar suas atividades. Para os próximos anos, tanto inflação, quanto juros, estão em perspectiva de queda”, endossa.

Durante o painel, Sardenberg destacou que o comportamento do Banco Central é de redução da inflação a longo prazo, nos próximos 12 meses. “É importante olhar as tendências e elas são claras. A inflação no Brasil está em evidente queda, assim como os juros, e caminhará assim nos próximos anos”, comenta, ressaltando que em 2024 a perspectiva de crescimento econômico já sendo creditada não mais à recuperação da pandemia, mas sim a fatores estruturais da economia brasileira.

5º Fórum Nacional da Hotelaria - Palestra_Sardenberg

Sardenberg analisa cenário macroeconômico brasileiro

 

“Temos o que se pode chamar de convergência entre a visão do Banco Central e do setor privado. Isso é um dado importante e que nos mostra que a meta de inflação, de 3%, deve ser alcançada em 2025. E todas essas perspectivas são reflexo do bom desempenho de indicadores importantes, como a população ocupada que, na pandemia, era de 80 milhões, e no trimestre encerrado em julho deste ano, já chegou a 99,3 milhões. Ou seja, mais pessoas sendo reinseridas no mercado de trabalho significa mais otimismo para a economia”, diz o palestrante.

Setor de serviços

Em sua fala no 5º Fórum Nacional da Hotelaria, o jornalista analisou o desempenho do setor de serviços, que cresceu 0,5% em julho de 2023 e, hoje, já se posiciona 12,8% acima de fevereiro de 2020, período imediatamente pré-pandemia.

“Falando especificamente do turismo, tivemos crescimento de 0,7% em julho e 7,8% frente ao mesmo período do ano passado. Em relação a fevereiro de 2020, o desempenho está 6,2% superior a fevereiro de 2020. Por outro lado, os restaurantes, hotéis e parques ainda se encontram 1,7% abaixo na mesma base comparativa”, explica.

Neste cenário, Sardenberg diz que ainda há espaço para crescimento do setor sem novos investimentos, visto que o consumo está voltando aos níveis pré-pandemia, movimento que certamente deverá ter reflexo na hotelaria. “Outro dado importante no turismo diz respeito às passagens aéreas, cujos preços ainda seguem em alta, e isso é um grande gargalo do setor. Além disso, a malha aérea ainda é menor em relação ao pré-pandemia. Uma possível queda nas tarifas vai depender de um aumento do fluxo turístico que permita essa redução. Ainda há um problema a resolver”, pontua.

“De modo geral, o país está crescendo, e pode avançar ainda mais. Considerada a situação da política no país, acredito que seja necessária uma ação muito forte da sociedade civil, englobando as associações de classe, levando seus pontos de vista, interesses e propostas para dar a palavra e protagonismo ao setor privado”, finaliza.


Qual o panorama atual da hotelaria brasileira?

Dando continuidade à programação do 5º Fórum Nacional da Hotelaria, foi apresentado o painel Panorama da Hotelaria HI e FOHB. A palestra foi apresentada por Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest, trazendo dados e insights importantes para o setor.

No painel, Vasques apresentou dados sobre os primeiros trimestres de 2023, bem como o desempenho acumulado do primeiro semestre. Os números na prévia do Panorama apontaram aumento importante no RevPar durante a primeira metade do ano, comparado ao mesmo período de 2022. “Os dois primeiros trimestres tiveram cenários diferentes. Na ocupação, houve crescimento em todas as cidades analisadas no primeiro trimestre, exceto Fortaleza. Já nos três meses seguintes, a ocupação caiu 2,4% no agregado de todas as cidades. Quando olhamos individualmente, vemos que não há grandes saltos, e em muitas cidades há estabilização”, explica.

Apesar da queda na ocupação no segundo trimestre, o mercado brasileiro conseguiu crescer em diária média, ficando 22,3% acima do realizado no ano anterior. Assim, o RevPar registrou incremento de 19,3% em comparação ao mesmo período de 2022. “No agregado do semestre, também vemos crescimento considerável de diária. O que isso significa? Em termos de RevPar, a reação é um pouco parecida, com um salto sempre muito grande, principalmente no primeiro trimestre. No segundo, também houve crescimento, mas menos significativo”, analisa.

Vasques explicou, durante o painel no 5º Fórum Nacional da Hotelaria, que o ponto de atenção neste cenário é o crescimento da diária média, que estimulou o avanço do RevPar. A ocupação, por sua vez, não deve reagir nos próximos meses. “Mas ainda podemos olhar o ‘copo meio cheio’, principalmente devido ao crescimento de mercados como São Paulo, que segue entre os destaques de alta no RevPar”, afirma.

Desempenho por cidades e demanda futura

Com relação à performance cidade a cidade, a capital com maior crescimento no RevPar no segundo trimestre foi Brasília, que apresentou resultado 28,5% acima do realizado no mesmo período de 2022, impulsionado pelo aumento de 26,3% em diária média e 1,7% em ocupação. Já a cidade com menor desempenho foi Fortaleza, que registrou queda de 6,7% no RevPar, em virtude do desaquecimento da demanda de lazer, que gerou redução de 10,7% na ocupação desse mercado, enquanto a diária média cresceu apenas 4,5%.

Ao analisar o desempenho semestral, o agregado dos hotéis das 10 capitais analisadas no Panorama registrou alta de 4,9% na ocupação frente ao mesmo período de 2022, resultando em RevPar 34,9% superior. O aumento nos índices na comparação com o ano passado está atrelado a um primeiro trimestre mais forte, impulsionado por shows e feiras, bem como ao fato de que os três primeiros meses de 2022 ainda foram impactados pela variante Ômicron da Covid-19.

“Do ponto de vista de demanda, a macroeconomia já está mostrando queda dos juros. Se cair com responsabilidade, cai mais rápido e se mantém baixo, resultando em crescimento de demanda. Como essa queda de juros já aconteceu no mês passado, é razoável esperar que no começo de 2024 essa demanda já esteja mais aquecida. Já falando da oferta, como regra geral, o volume de oferta nova é muito pequeno. Poucos hotéis estão sendo construídos para os próximos anos”, reforça Vasques.

5º Fórum Nacional da Hotelaria - Painel_Vasques

Vasques analisa performance da hotelaria ao longo de 2023

 

“Não existem muitos empreendimentos previstos para o futuro, ou seja, já podemos dizer que não teremos problemas para absorver um possível crescimento exagerado da oferta”, pontua, reforçando que, por mais que tenha havido certa estagnação no segundo trimestre, a retomada econômica deverá aquecer consideravelmente a demanda.

Durante sua fala, Vasques reforçou o crescimento exponencial dos short-term rentals em São Paulo, com a maioria com previsão de inauguração para 2024. “A princípio, não há competição entre os short-term rentals e hotelaria tradicional. Temos conversado com a linha de frente e entendemos que, desses lançamentos, 70% do volume, 60 mil quartos, está virando moradia, ou seja, é uma notícia boa, pois não será uma competição tão forte com o setor hoteleiro”, comenta.

Além disso, ele pontua que há renovação de contratos de fundos de reserva e key money na hotelaria, resultando principalmente em incremento da diária média, devido a reformas estruturais. “Concluindo, podemos dizer que a euforia em relação ao crescimento do desempenho do setor acabou. A curto prazo, São Paulo, principal mercado brasileiro, deve crescer 5% em ocupação e a diária vai acompanhar esse movimento, avançando também 5%”, finaliza.


O caminho do cashflow

Prosseguindo com a programação do evento, Roland Bonadona, CEO da Bonadona Hotel Consulting, comandou o painel O caminho do cashflow, indicando estratégias para os hotéis elevarem o fluxo de caixa de forma sustentável.

“Como ativo imobiliário, o hotel é um investimento de risco. Um hotel, hoje, de 80 quartos econômicos, custa na faixa de R$ 20 milhões. Já um upscale custa em torno de R$ 200 milhões. Tudo isso é investimento. E quando o investidor tem que tirar o dinheiro do banco ou fazer um financiamento, ele sabe qual é o risco e, por isso, é preciso que o cálculo do cashflow seja bem estruturado”, explica.

“Para calcular, usamos o resultado operacional bruto e a receita de hospedagem, sem esquecer as receitas complementares, mesmo que a hospedagem responda por 86% do resultado bruto. E obviamente não se trata só de controlar as despesas, mas incrementar o faturamento como um todo”, completa.

Flutuação de diária média e RevPar

Durante a palestra no 5º Fórum Nacional da Hotelaria, Bonadona fez pontuações acerca da flutuação da diária média em períodos distintos, algumas vezes superando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que determina a inflação. “A diária média é um fator determinante para o cashflow, então é preciso estarmos sempre atentos a esse movimento”, explica.

Em resumo, a flutuação no RevPar de um destino depende de impulsionadores macro, principalmente o crescimento da economia, geradores de demanda do próprio destino e da relação oferta x demanda.

5º Fórum Nacional da Hotelaria - Palestra_Bonadona

Bonadona elenca estratégias para elevar cashflow de hotéis

 

“Os hotéis têm que focar na participação de mercado. O indicador eficiência do desempenho hoteleiro é muito importante no resultado do cashflow, pois ele mede como será a performance como um todo. O empreendimento que tem maior RevPar tem maior margem de GOP, e isso contribui diretamente para o fluxo de caixa”, finaliza.

Por fim, Bonadona diz que, para que os hotéis aumentem seu market share, um caminho, elencado como primeira prioridade, é focar na qualidade da experiência do cliente. Em segundo lugar, o foco deve ser a eficiência na aquisição de clientes. Os melhores hotéis aumentam de 20% a 25% sua geração de caixa acima da média. Em resumo, amarrando as despesas dentro do melhor padrão da categoria onde atua, um hotel pode melhorar a geração de caixa com impacto de até 6% a 8% no GOP.


Escassez de mão de obra: como solucionar?

Continuando com a programação do 5º Fórum Nacional da Hotelaria, Sofia Esteves, fundadora e presidente do conselho da Companhia de Talentos Bertha, colunista nas revistas Exame e Valor Econômico, e Trícia Neves, sócia diretora da Mapie, apresentaram o painel Escassez de talentos: como transformar desafios em oportunidades na contratação de mão de obra.

Dando início ao debate, Sofia falou sobre a necessidade de melhorias no ambiente de trabalho para solucionar o gargalo da escassez de mão de obra. “Em muitas vezes, as pessoas vão embora da empresa por causa do líder, não pela companhia em si. Se estamos criando um ambiente em que não há vontade de ser líder, é preciso promover mudanças, senão podemos sofrer um grande apagão de liderança”, complementa Trícia.

“O nível de consciência de uma empresa é exatamente proporcional à pessoa que mais tem poder dentro da empresa. Ou seja, os problemas são reflexo de como a liderança se comporta e toma decisões”, complementa.

Construindo engajamento

Durante a palestra no 5º Fórum Nacional da Hotelaria, as executivas concordaram que os processos seletivos precisam avaliar critérios além da formação. “No caso de camareiros e camareiras, por exemplo, o que será mais importante? Um curso ou o fator humano, a forma como cuida de uma acomodação? Isso tem que ser levado em consideração também”, diz Sofia.

Além disso, no bate-papo, as palestrantes afirmaram que as empresas precisam se antecipar às necessidades do candidato, e entender o que eles esperam da companhia. Isso, segundo elas, facilita consideravelmente a seleção.

“Um processo seletivo bem sucedido é aquele no qual o candidato dá certo. Não existe cultura certa ou errada, existe a que é praticada no dia a dia das organizações. É importante olhar para a cultura da sua empresa para entender qual a melhor forma de conduzir seu processo seletivo”, finaliza Sofia.


Como o Google tem ajudado os hotéis?

Na primeira palestra da tarde do 5º Fórum Nacional da Hotelaria, foi apresentado o painel Google tools for hotels: how to maximize hotel’s direct bookings, dando insights pra os hoteleiros elevarem suas reservas diretas. A palestra foi apresentada por Sanjav Vakil, sênior product manager do Google, e Christinne Ellenberg, global product leader da companhia.

Na palestra, Vakil iniciou sua fala apresentando estratégias sobre como elevar a presença digital no Google. “Primeiro é preciso criar um perfil no Google Business, com informações mais detalhadas de endereço, contato, entre outros pontos importantes”, destacou. Esses recursos estão disponíveis de forma gratuita no buscador. “Hoje, a maioria dos hotéis são mapeados pelo Google, principalmente por conta da ferramenta Google Earth”, completa.

Aumentando a presença digital

Após realizar a verificação de segurança do perfil do empreendimento no buscador, o executivo pontua que é necessário especificar as informações sobre a propriedade. “Essas informações contribuem diretamente no poder de decisão do cliente. E aqui vale detalhar que, quanto mais detalhes, melhor para o seu hotel”, ressalta.

“É importante, ainda, engajar os hóspedes, e aí entra um ponto muito importante: as resenhas no Google. Se você responder aos feedbacks, é um sinal de que você está prestando atenção e valoriza a experiência que aquele hóspede teve, mesmo que seja um comentário negativo sobre seu empreendimento”, aponta Vakil em sua fala no 5º Fórum Nacional da Hotelaria.

Durante o painel, o executivo mencionou a ferramenta Manage Your Amenities, que mostra detalhes sobre a estrutura do hotel, como espaços de lazer (piscina, sauna, spa, entre outros).

Elevando as reservas diretas

Vakil pontuou, durante sua explanação, que o Google é um grande facilitador de reservas diretas, visto que os botões da plataforma redirecionam diretamente para o empreendimento. “Se você clica em call, liga diretamente para o hotel, por exemplo”, endossa.

“Nessa estratégia digital, é importante que os hotéis tenham bons parceiros de conectividade, com bons recursos de tecnologia, porque isso ajuda com insights assertivos, facilitando as estratégias dos empreendimentos”, analisa. Entre as ferramentas do Google, está um recurso que fornece informações sobre os preços ao hóspede, porque é isso que ele busca: informações detalhadas durante toda a jornada”, conclui.

Criando conteúdo para os hóspedes

Dando continuidade à palestra, Christinne falou sobre a ferramenta Performance Max for Travel Goals, recurso automatizado no qual é possível criar tráfego para os hotéis.

“Com essa ferramenta, você entra no canal do hotel e ele mostra todos os canais do Google, além de apontar em quais deles estão os possíveis hóspedes para cada perfil de negócio”, reforça. Após o lançamento do Performance Max, o engajamento dos hotéis no ambiente online cresceu mais de 18%. “Isso mostra que os hotéis estão chegando aos clientes onde quer que eles estejam. Não importa o tamanho do seu negócio, esse produto foi feito para você”, conclui.


O papel do Google no planejamento de viagens

Fechando a grade de conteúdo do 5º Fórum Nacional da Hotelaria, o painel Como o Google está reimaginando a experiência de viagem foi apresentado por David Pavelko, diretor de Parcerias do Google. O executivo iniciou o bate-papo com o trade pontuando que muitas empresas ainda não conhecem todas as funcionalidades, e a função do buscador é apresentar algumas ferramentas.

“Estou há 16 anos no Google e muita coisa mudou. As expectativas dos viajantes ficaram mais exigentes e planejando suas viagens de forma diferente. Exigem experiências cada vez mais completas, estando bem mais abertos para experimentar coisas novas, e tudo isso tem a ver com o digital, que realmente está no centro do palco. As viagens permanecem uma prioridade no nosso investimento. Essa demanda reprimida é real”, diz o Pavelko.

“Muitas pessoas têm gasto mais tempo pesquisando as viagens do que viajando, propriamente dito. Porque querem que a experiência seja inesquecível. O conteúdo influencia os viajantes, a escolha de destinos e atividades durante a viagem. Consumir o destino antes de chegar faz com que os viajantes sintam como se já conhecessem um pouco, e isso é um comportamento bem típico dos millenials e da geração Z”, complementa.

Planejando

Durante sua explanação no 5º Fórum Nacional da Hotelaria, Pavelko destacou a missão do Google, no setor de viagens, é organizar as informações de forma a torná-las úteis e acessíveis. “Se as pessoas querem fazer uma curadoria da experiência, nós temos que simplificar o processo. Pode levar semanas ou meses para criar a experiência certa”, aponta.

5º Fórum Nacional da Hotelaria - David_Pavelko

Pavelko elencou funcionalidades do Google para o setor de viagens

 

No painel, o executivo do Google ressaltou que uma das iniciativas da empresa é o Google Flights, que traz informações relevantes sobre as reservas de voos. “Estamos aproveitando dados para melhorar a parte de insights sobre preços. Analisamos tarifas e informamos ao viajante se ele deveria esperar um pouco mais para comprar uma passagem, por exemplo”, explica.

“Hoje em dia também estamos incorporando os vacation rentals aos hotéis. Isso dá aos viajantes oportunidades de encontrar novas opções de hospedagem.

IA generativa

Pavelko destacou que as empresas de viagens estão aproveitando os recursos da inteligência artificial. “Acreditamos que é uma tecnologia muito profunda para a humanidade. Existem muitas oportunidades neste espaço e, com isso, surgem muitas dúvidas. Nós nos preparamos previamente para essa mudança e nós do Google podemos deixar essa tecnologia bem mais útil”, diz.

Durante o painel, ele apresentou exemplos práticos de ferramentas baseadas em IA generativa, como a Immersive View, o Magic Eraser e, em breve, o Magic Editor. “São recursos que criam experiências completas”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Hotelier News