Os crimes cibernéticos têm se destacado como um desafio para a recuperação da indústria de viagens. De acordo com o relatório Codes To Resilience, desenvolvido pelo WTTC ( World Travel & Tourism Council), lançado em parceria com a Microsoft, a proteção contra esse tipo de violação deve ser prioridade no setor.

Em uma indústria composta predominantemente por pequenas e médias empresas (80%), a vulnerabilidade aos crimes é maior. Segundo o estudo, 72% das PMEs em todos os setores no Reino Unido, EUA e Europa sofreram pelo menos um ataque cibernético.

“A tecnologia e a digitalização desempenham um papel fundamental para tornar toda a experiência de viagem mais perfeita, desde a reserva de férias até o check-in para um voo ou o embarque em um cruzeiro”, diz Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC. “Mas o impacto dos ataques cibernéticos traz um enorme risco financeiro, de reputação e regulatório”, complementa.

A pesquisa publicada pela Phocuswire destaca quatro áreas-chave para empresas reforçarem suas proteções, incluindo segurança de dados de identidade, compreensão do impacto da pandemia e gestão de legislação.

O relatório ainda salienta que educar e treinar equipes, bem como implementar abordagens de “confiança zero” para segurança cibernética pode ajudar empresas a resistir aos ataques. “A resiliência cibernética não é ajudar nossa organização a se recuperar, mas lutar contra um ataque cibernético”, comenta Devon Bryan, diretor global de Segurança da Informação da Carnival Corporation.

A Carnival identificou um ataque de ransomeware em meados de 2020 que acessou os dados pessoais de hóspedes e funcionários. A violação ocorreu semanas após um ataque de ransomeware à CWT com meios de comunicação informando que a empresa de gerenciamento de viagens pagou US$ 4,5 milhões a hackers.

Cenário brasileiro

Um estudo realizado pela ClearSale aponta que as tentativas de golpes cibernéticos aumentaram 74% em 2021. De acordo com o Mapa da Fraude, mais de 375,5 milhões de transações foram analisadas em diferentes segmentos, como e-commerce, mercado financeiro e telecomunicações.

Já o relatório desenvolvido pela AllowMe destaca que foram criadas mais de 500 mil contas falsas com emails vazados no ano passado. Para identificar transações suspeitas, a empresa levou em consideração comportamentos, horários e uso de mais de uma conta no mesmo dispositivo.

O principal alvo dos fraudadores é o setor financeiro. Neste contexto, os segmentos mais afetados foram programas de fidelidade, fintechs, instituições bancárias tradicionais, sistemas de avaliações online e criptomoedas.

(*) Crédito da foto: pixelcreatures/Pixabay