Ainda que a previsão seja de desaceleração com as mudanças de demanda observadas em 2023, o turismo nacional bateu mais um recorde em setembro. De acordo com o Panorama do Turismo, relatório mensal desenvolvido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o setor acumulou faturamento de R$ 38,59 bilhões no nono mês do ano.

Descontada a inflação, a receita do segmento teve alta de 6,4% frente a setembro de 2022. Já em relação a agosto, o incremento foi de 1,5%, com volume de faturamento que se encontra 6,1% acima dos níveis pré-pandêmicos. Segundo estimativas da CNC, o turismo nacional deve encerrar 2023 com acréscimo de 8,3% no comparativo com o ano passado.

No acumulado de 2023 até setembro, as atividades turísticas registraram variação positiva de 7,9% em relação ao mesmo período em 2022. O avanço médio dos preços do setor tiveram incremento de 4,6% nos últimos 12 meses, com destaque para a alta de 11,9% nos valores dos serviços de hospedagens e de 13,8% no preço médio dos pedágios.

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Já o levantamento divulgado pela FecomercioSP aponta que o turismo nacional faturou resultado 1,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, segundo números do Conselho de Turismo da entidade, com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A projeção para o término deste ano se mantém na casa dos 11%.

Dentre os principais destaques do mês, estão as atividades culturais, recreativas e esportivas. Com uma sequência de grandes eventos, nacionais e internacionais, o segmento registrou faturamento de R$ 1,35 bilhão no nono mês do ano — aumento de 17,4% em relação ao ano anterior — e deverá seguir apontando bons índices nos próximos meses.

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Hospedagens e aéreo

Os alojamentos também contribuíram significativamente para o aumento no faturamento do setor, ao atingir R$ 1,71 bilhão, avanço anual de 12,4%. Segundo dados do FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), houve alta de 16,8% na taxa de ocupação dos hotéis nacionais, que chegou a 71,2%, em setembro. Ao mesmo tempo, a manutenção da tarifa média cobrada pelas acomodações contribuiu para o incremento das receitas da atividade.

Embora tenha registrado um crescimento modesto em termos porcentuais, o transporte aéreo de passageiros registrou um novo recorde de faturamento para o mês de setembro, desde o início da série histórica, em 2011. Foram R$ 4 bilhões em receitas, aproximadamente um quarto de todo o faturamento do turismo no mês em questão. Contudo, vale observar que foram transportados 7,6 milhões de passageiros, abaixo dos 7,8 milhões registrados no mesmo mês de 2019, o que representa alta nos preços.

De acordo com a FecomercioSP, o turismo nacional deverá permanecer aquecido durante o último trimestre de 2023. Mesmo com o aumento dos preços, os consumidores conseguirão aproveitar condições especiais, seja pela variedade de destinos, seja pelas opções mais em conta, como o transporte rodoviário.

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Análise regional

Na análise por região da FecomercioSP, 21 dos 27 estados registraram crescimento no faturamento em setembro, na comparação anual. Dentre eles, os que apresentaram as maiores variações do mês foram Mato Grosso (20,8%), Tocantins (15%) e Mato Grosso do Sul (14%).

Por outro lado, Amapá (9,3%), Roraima (7,1%) e São Paulo (4,5%) apontaram faturamento menor em relação a setembro de 2022. Ainda que o estado paulista contribua com a maior parcela do faturamento do setor, a queda não foi capaz de impactar negativamente o resultado geral.

Empregos

Em setembro, o turismo nacional abriu 20,4 mil novos postos de trabalho, o que resultou no acumulado do ano de 132,5 mil oportunidades de trabalho, de acordo com dados da CNC. A projeção da entidade é que, até o final de 2023, o setor totalize 165,8 mil vagas líquidas.

(*) Crédito da capa: thiagosanchez/Pixabay

(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/CNC