O que seria uma época para viagens e atividade turística, a pandemia transformou em período de baixas nos resultados. Essa é a perspectiva apresentada por um estudo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de São Paulo). Segundo a entidade, o turismo nacional registra perda acumulada de R$ 67,7 bilhões, entre março de 2020 e março deste ano. O setor encolheu mais de um terço em relação aos níveis pré-pandêmicos.

Em março de 2021, houve queda de 17,6% no faturamento frente igual período no ano passado – quando já impactado pela chegada da covid-19, o turismo brasileiro caiu 22,3%. O faturamento de R$ 8,82 bilhões de março de 2021 foi mais de um terço menor (36%) do que o mesmo registro em março de 2019, sem pandemia. No acumulado deste ano, a retração é de 26,5%.

Na contramão, dois segmentos cresceram no período: transportes terrestres (4,8%) e aquaviários (3%). Respectivamente, as modalidades foram beneficiadas pela queda na demanda aérea e pela participação pequena que tem ao faturamento do setor. Nas palavras do estudo da federação, “é um resultado praticamente nulo”.

“É só com a vacinação da população que o setor terá alguma previsibilidade – imprescindível para os turistas, que precisam se programar a longo prazo para empreender as viagens”, afirma a entidade por nota oficial.

FecomercioSP: impacto setorizado

Na visão da FecomercioSP, a aviação civil é uma das mais prejudicadas no cenário do turismo nacional, encolhendo 38,4% em março. Isso é uma junção da baixa demanda e também da baixa na oferta de assentos. O grupo de alimentação e alojamento (hotéis e pousadas), impactado por restrições de circulação, faturaram 20,1% a menos que em março de 2020.

As atividades culturais, esportivas e de recreação caíram 19,1% em março, enquanto locadoras de veículos, agências e operadoras turísticas tiveram recuo de 3,5%. “As empresas que alugam carros estão remodelando o perfil de negócios, ampliando contratos de assinatura e para outros segmentos. Já as agências, ao contrário, estão no patamar mínimo de demanda”, diz o CT (Conselho de Turismo) da FecomercioSP.

O estudo é baseado nas informações da PAS (Pesquisa Anual de Serviços), com dados atualizados das variações da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), ambas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

(*) Crédito da foto: Rafaela Biazi/Unsplash