Um dos grandes destaques da crise foi a ascensão do associativismo e o estreitamento de laços entre players do turismo. No meio do furacão da pandemia, a Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) se destacou como um dos alicerces do mercado. Hoje (8), Eduardo Murad, diretor executivo da entidade, fala sobre as transformações da associação e expectativas para o Lacte 16.

Entre os principais desafios de remodelar o evento que inaugura o calendário Mice do turismo, Murad destaca as tantas variáveis que compõem o atual cenário global. “É difícil organizar um evento híbrido, que é ainda uma tendência para 2021, sendo que temos tantas variáveis. As tomadas de decisões para um evento como o Lacte 16 devem ser revistas semanalmente ou até mesmo diariamente”, salienta.

Graduado em Turismo pela Anhembi Morumbi, com MBA em Turismo, Hospitalidade e Entretenimento pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e extensão internacional no Ohio University College of Business, o diretor ainda possui experiência de 20 anos em Procurement, Business Process Outsourcing, Gestão de Viagens e Eventos Corporativos e vendas, adquiridos pelo trabalho em empresas multinacionais como Siemens, IBM, Carlson Wagonlit, HRG e HRS.

Foi eleito presidente da Alagev para o biênio 2014/2016, é também co-autor de três livros e palestrante nacional e internacional de eventos representativos da indústria de viagens e eventos.

Três perguntas para: Eduardo Murad

Hotelier News: A Alagev, tradicionalmente, abre o calendário de eventos do turismo. Como as mudanças do Lacte 16 impactam o setor e a entidade ao longo de 2021?

Eduardo Murad: O que muda é saber lidar com as mudanças diárias de aumento e redução de casos de Covid-19 e restrições impostas pelos governos federal, estadual e municipal. É difícil organizar um evento híbrido, que é ainda uma tendência para 2021, sendo que temos tantas variáveis. As tomadas de decisões para um evento como o Lacte 16 devem ser revistas semanalmente ou até mesmo diariamente. Obviamente, temos uma preocupação com a entrega, queremos oferecer um conteúdo rico, como é característico do Lacte e usar o que temos como recursos na mão neste momento. Vamos ter um alcance muito maior, pois aproveitaremos a oportunidade para avançar para a América Latina. O grande desafio é sermos assertivos dentro de um ambiente totalmente volátil até o plano de vacinação ser efetivo.

HN: Apesar dos impactos negativos, a crise trouxe a possibilidade de internacionalização da feira. Quais as expectativas para essa expansão?

EM: A grande oportunidade é fazermos um evento realmente latino-americano, porque a proposta do Lacte sempre foi ter esse público. Sempre trouxemos pequenos grupos de gestores, principalmente da Colômbia e Argentina, para as edições anteriores. Agora, a plataforma nos dá um alcance muito maior. Então, essa é a vantagem de expandirmos o evento para o mercado da América Latina, atingindo todos os países, além de nações da América Central entre outros que falam a língua espanhola. A proposta é não só levar conteúdos, mas também trazer speakers de fora, pois para o evento ser latino-americano, é necessário os latinos trazerem as suas realidades também. Essa conexão será muito rica para o evento, além de oficializar o caráter latino-americano para as próximas edições.

HN: Em 2020, a Alagev cumpriu seu papel como entidade auxiliando seus associados e o setor com o desenvolvimento de ferramentas e conteúdos. De que forma a pandemia transformou a associação? Como você definiria a Alagev pré e pós-crise?

EM: A grande transformação foi o aumento dos laços com os associados. Criamos várias oportunidades e ações tanto de empoderamento de profissionais e entrega de conteúdos riquíssimos. Na pandemia, houve essa procura por aprendizado e fomos um hub de informação e desenvolvimento, o que foi muito rico. Destaco também a parte do acolhimento, pois trouxemos todos os profissionais para formar uma grande união. Isso resultou em muitas reflexões a respeito do nosso posicionamento e a criação dessa família Alagev. Os associados se sentiram amparados e conectados, o que foi o grande benefício desse papel que a entidade teve dentro do mercado em 2020. Antes e depois a grande mudança foi a conexão de confiança que criamos com os associados, além de sermos referência quanto aos conteúdos. Criamos todos os produtos, lives e eventos gratuitos, o que nos transformou em uma entidade ainda mais humanizada.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Alagev