Ter um mix de produtos que atendem a diferentes nichos é uma carta na manga em tempos de crise. No caso da Travel Inn, assim como a maioria das redes, foram as demandas de lazer que seguraram a barra durante a pandemia. Com o pensamento otimista e caixa estável, a empresa já respira aliviada com a certeza de que o período mais sombrio ficou para trás.

Atualmente com nove unidades em seu portfólio, sendo dois deles integrados em plena pandemia (Paulista Wall Street e Travel Inn Axten), a rede divide sua retomada em dois cenários: lazer e corporativo. Reforçando os comportamentos observados pelo mercado, os segmentos vêm performando de maneiras distintas.

No acumulado do ano até julho, os empreendimentos de lazer chegaram aos seguintes números: 45% de ocupação; R$ 430 em diária média e R$ 208 em RevPar. Já as unidades com demandas de negócios estão em 40% de ocupação; R$ 180 em diária média e R$ 72 em RevPar.

Manuel Gama, CEO da Travel Inn, relembra que os hotéis paralisaram suas operações por cinco meses em 2020, mantendo apenas os flats de portas abertas. Com as reaberturas em setembro, a rede fez uma boa temporada de verão até março, quando a segunda onda impactou novamente o setor.

“Estamos em uma retomada nos últimos três meses, o que tem sido muito superior ao que estávamos esperando. Nossa diária média ainda está abaixo do ideal, mas estamos nos recuperando em todas as unidades. Notamos que em junho, julho e agosto as diárias estão crescendo”, avalia o executivo.

Após um período de férias escolares com bons resultados, o lazer continua puxando os números, suprindo o déficit do corporativo. “Em termos de ocupação e diária média, Trancoso vem se sobressaindo”, acrescenta Gama.

Travel Inn - manuel gama

Corporativo segue lento, diz Gama

Travel Inn: caixa estável

O CEO afirma que em janeiro de 2021 a Travel Inn já performava com um caixa acima do registrado em 2019. Ele destaca que as expectativas para o ano são as melhores, com projeções superiores aos níveis pré-pandemia.

“Em 2020, fizemos o uso de muitas MPs criadas pelo governo, o que foi de grande ajuda. Afastamos alguns funcionários e reduzimos o pessoal ainda no início da pandemia, em março. Tomamos as decisões de olho no mercado europeu, que estava alguns meses à nossa frente. Outras mudanças como o Pix deram um grande movimento para nós”, salienta.

Para o segundo semestre, Gama explica que agosto tem sido uma grata surpresa. O mês, considerado tradicionalmente um período de baixa, hoje beira os 58% de ocupação. “Nosso plano era iniciar reformas no segundo semestre, mas não conseguimos porque as demandas estão boas. No feriado de 7 de setembro estamos lotados em Trancoso devido ao público golfista que atendemos. Acredito que até março de 2022 vamos superar 2019 em todos os indicadores”.

Em paralelo, o corporativo segue em marcha lenta, com oscilações em alguns empreendimentos. O executivo ainda pontua que houve uma mudança no perfil de empresas que chegam aos hotéis. “As grandes companhias fornecedoras de diária média ainda não voltaram. Hoje, os espaços são ocupados por empresas menores, o que mostra que apesar de todas as dificuldades, oportunidades estão surgindo. Precisamos que o governo ajude com mais vacinas para que a economia retome, ainda que lentamente”.

Mirando expansão na região Sul, a Travel Inn deve anunciar em breve uma nova unidade, desta vez em Antônio Prado (RS), prevista para novembro deste ano. “Temos previsões para abrir mais um hotel na Serra Gaúcha e negociando outros empreendimentos econômicos para 2023 e 2024”, adianta.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Travel Inn Hotéis