Sem as tradicionais festas de rua e trios elétricos, o mês de fevereiro não foi o mesmo na capital baiana. Mundialmente conhecida pela folia embalada pelo axé, a cidade de Salvador sentiu na pele as consequências do cancelamento das festividades pelo segundo ano consecutivo. Ainda que comemorações particulares tenham ocorrido, a ocupação hoteleira ficou em 53,82% — abaixo dos 69,31% registrados no mês anterior, de acordo com a ABIH-BA ( (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Regional Bahia).

A diária média do destino encerrou o período em R$ 468,09, com RevPar de R$ 251,93. Outros fatores, como o fim das férias escolares e cancelamentos de voos em função da variante Ômicron contribuíram para o desempenho inferior a janeiro de 2021 e de fevereiro pré-pandemia, que teve 70,59% de ocupação — embora muito acima dos resultados do mesmo mês em 2021 (42,51%).

Se desconsiderarmos os valores dos hotéis de luxo, a diária média de fevereiro seria de R$ 347,24. Além disso, os melhores resultados corresponderam aos hotéis voltados ao turismo de lazer, e nos finais de semana.

A gradual retomada dos voos domésticos, que vinha ocorrendo desde setembro, foi prejudicada pelos cancelamentos de voos decorrentes da falta de tripulação, afetada pela pandemia. Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em janeiro de 2022, o número de passageiros embarcados e desembarcados em Salvador (696 mil) foi 14,2% superior a janeiro do ano passado (610 mil).

Turismo doméstico prevalece

Embora Salvador tenha recebido estrangeiros durante o feriado de Carnaval, o turismo doméstico segue predominante. Ainda segundo a Anac, o número de passageiros de 2021 no aeroporto da capital (5.380 mil) foi 44,8% superior ao de 2020 (3.716 mil), mesmo que ainda não tenha retomado o volume de 2019 (7.437 mil).

“Estamos no meio do caminho da retomada, que deverá ser gradual, pois o efeito da pandemia sobre nosso setor foi profundo. Com algumas surpresas e incertezas, desde setembro vimos assistindo ao retorno do mercado de viagens e hospedagem, incentivado sobretudo pelo avanço da vacinação e disseminação dos protocolos sanitários. O ano de 2022 será o ano da retomada, firmando as bases para o crescimento de 2023″, afirma Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA.

(*) Crédito da foto: masteroblima/Pixabay