Apesar das baixas históricas que a hotelaria de Salvador sofreu com a pandemia, o setor vem se recuperando gradativamente desde setembro de 2021, fechando o ano com alta nos indicadores. Janeiro só contribuiu para a retomada, registrando a maior taxa média de ocupação desde o começo da pandemia (69,31%), bem acima da observada um ano antes (54,25%). Os dados são da ABIH-BA.

Com a demanda por hotéis crescendo em meio à alta temporada, a hotelaria soteropolitana conseguiu também elevar as tarifas. Frente a igual período do ano anterior, o indicador subiu 32%, pulando de R$ 371,79 para R$ 490,89. Mesmo excluindo do cálculo as propriedades de luxo recentemente abertas, a diária média também teria bom desempenho, ficando praticamente estável na mesma base de comparação, a R$ 371,63.

Na avaliação da entidade, um conjunto de fatores explica o bom resultado do mês passado. Entre eles, o avanço da vacinação, as férias escolares e a reabertura de praias e pontos turísticos na capital baiana. Ainda assim, a retomada da malha aérea, que ampliou a conexão da cidade com os principais mercados emissores (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília) foi decisiva.

Com isso, pela primeira vez em anos, o tradicional melhor mês do verão para hotelaria da cidade registrou taxas de ocupação durante a semana próximas às verificadas nos finais de semana: 69,08% versus 69,79%, respectivamente.

Cancelamento de voos

Embora a ocupação se mostre inferior a janeiro de 2020 (73,5%), período anterior à pandemia, o indicador bateu em 75,83% na primeira quinzena do mês passado. Houve uma queda nos 15 dias posteriores (para 63,19%), o que tem relação direta com a variante Ômicron, que cancelou voos e levou a alguns cancelamentos na hotelaria. Ou seja, o resultado poderia ter sido ainda melhor!

Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA, acredita que o avanço da vacinação e os cuidados redobrados dos hotéis trazem otimismo em relação aos próximos meses “No entanto, é necessário estar atento para as incertezas e novidades impostas pela pandemia, fenômeno inédito, que afeta diretamente os hotéis e que nos obriga a adaptações constantes para atender às demandas sanitárias, principal prioridade do setor”, finaliza.

(*) Crédito da foto: victtin96/Pixabay