Localizado no centro histórico da capital maranhense, o Grand São Luís Hotel está encerrando oficialmente suas atividades. Fechado desde a pandemia, o empreendimento tentou se reorganizar para retomar a operação, mas não foi exatamente assim que as coisas caminharam e a propriedade nunca chegou a reabrir.

Por muitas décadas, o hotel foi considerado o melhor da cidade. Aberto sob o nome Hotel Vila Rica, o empreendimento pertencia ao Grupo Serson e, nos anos 80 e 90, foi palco de grandes eventos sociais nacionais e internacionais. A propriedade chegou a receber a delegação do Papa João Paulo II em uma de suas visitas ao Brasil. Além disso, o Grand São Luís Hotel sediou diversas festas de Réveillon e grandes festivais gastronômicos.

Em 1999, Luiz Serson, fundador do grupo detentor do hotel, faleceu e, anos depois, a rede Vila Rica decidiu remodelar seu portfólio, e o empreendimento acabou ficando de fora dos planos, fechando as portas pela primeira vez em 2004. No ano seguinte, o hotel foi vendido por valores não revelados para os empresários maranhenses Luiz Carlos Cantanhede e Edilson Baldez, sendo rebatizado como Grand São Luís Hotel.

São Luís - Grand_São_Luís_Foto_Interna

Por anos, o Grand São Luís Hotel foi um dos mais importantes da capital maranhense

 

Em entrevista ao Hotelier News, Armando Ferreira, presidente da ABIH-MA, explicou que, após a mudança de nome, o hotel passou por um grande refrofit e continuou sendo um dos produtos hoteleiros de maior destaque da capital maranhense, com 211 UHs, dois restaurantes, área de lazer e centro de eventos. O raciocínio é reforçado por Diego Leite, administrador do imóvel.

“O Grand São Luís Hotel estava tendo bom desempenho, se recolocando. Mas entre 2011 e 2012, começamos a sentir a demanda da hotelaria do Maranhão caindo, mas ainda assim seguimos operando. Mas a pandemia, em 2020, inviabilizou a atividade do empreendimento. São Luís tem uma demanda muito forte no segmento corporativo e, por conta da crise, tudo parou. Em 2021, os proprietários decidiram que não era mais viável e tomaram a decisão de se desfazer do negócio”, destaca Leite.

Planos futuros

Após a pandemia, a hotelaria maranhense começou a sentir aquecimento de demanda e, segundo Ferreira, o Grand São Luís Hotel é um equipamento que faz muita falta para o setor. “O estado está forte em ocupação e o turismo evoluiu na captação de negócios. Além disso, os governos estadual e municipal investiram forte na divulgação dos atrativos turísticos. Essa divulgação elevou a demanda na capital e em destinos como a Chapada das Mesas e os Lençóis Maranhenses”, ressalta.

“No auge da pandemia, não havia certeza de que a crise passaria e os proprietários começaram a buscar novas alternativas para o imóvel. Chegamos a tentar transformar o prédio em um anexo do Tribunal de Justiça do Maranhão, mas como isso também não avançou, os proprietários decidiram pela venda do ativo. O centro histórico perde muito com o fechamento do hotel, pois é uma área muito buscada pelos turistas, principalmente os europeus”, completa.

Leite salienta que a intenção dos proprietários é de que o prédio de 12 mil metros quadrados (m²) continue na hotelaria e, por isso, todas as possibilidades estão sendo cuidadosamente analisadas. “Seja na multipropriedade, hotelaria tradicional ou outro modelo, o objetivo é de que o imóvel permaneça como um ativo hoteleiro”, afirma.

Segundo fontes ouvidas pelo Hotelier News, existem algumas negociações em curso, mas nada concreto até o momento. À nossa reportagem, elas afirmaram que essas conversas envolvem tanto grupos hoteleiros locais, quanto empresas de renome nacional, e até um certo grupo português. Até então, o futuro do Grand São Luís Hotel segue incerto.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Grand São Luís Hotel