Em meio às formas de manter o isolamento social durante a pandemia da Covid-19, parte da população brasileira conseguiu aderir ao teletrabalho (home office). No entanto, após mais de um ano de reclusão, uma variação da modalidade surge e ajuda a fomentar o setor hoteleiro. Sim, o room office, é esperança de mais receita para os hotéis irem além da hospedagem.

Em um primeiro momento, por exemplo, a demanda por hospedagens mais longas e próximas ao trabalho veio de médicos. Na linha de frente do combate ao novo coronavírus, os profissionais da saúde buscavam hotéis para não voltarem para casa e, com isso, evitarem o contágio de parentes. O conceito de room office dava os primeiros passos.

Depois disso, o longo período de isolamento mantido por parte da população serviu para aumentar o desejo por não estar em casa, até mesmo aos que estavam trabalhando normalmente. É nesse aspecto que a Selina é inserida neste mundo. Já preparada, em certa medida, para esse tipo de público, a rede panamenha ofertou ainda mais produtos que se alinhavam com este tipo de  hóspede, os chamados nômades digitais.

Room office: dicas

Em entrevista à reportagem do Hotelier News, Giuliana Fonseca, diretora comercial da Selina, pontuou que o investimento no room office não é tanto financeiro, mas criativo. A profissional da rede panamenha explicou que pensar na adaptação a ser introduzida é o principal para colocar o projeto em prática.

“Uma internet de qualidade é um bom começo, mas vai além disso. Pense em como adaptar melhor o espaço que tem disponível e, assim, criar ofertas baseadas nisso. Neste caso, o aporte em dinheiro não é o mais importante”, afirma.

A aplicação do modelo aos hotéis pode ser feita, por exemplo, em áreas não utilizadas ou com pouca demanda. e, de fato, espaço físico muitas vezes não tende a ser um empecilho para os meios de hospedagem. Dessa forma, a diversificação dos produtos oferecidos contribui para o aumento dos índices na unidade. “A receita é muito mais que apenas reservas. Ao entender isso, fica mais fácil de ser criativo e reinventar situações”, complementa Giuliana.

Além disso, a executiva cita que ser omnichannel, ou seja, estar em diferentes canais (caso das mídias sociais) em contato direto com clientes, é uma das formas de manter empreendimentos atualizados. Em outra frente relevante, introduzir protocolos sanitários rígidos é outra forma de garantir a segurança dos hóspede e atraí-lo.

Detalhes

Por fim, em alguns casos, um investimento financeiro mínimo é necessário. A compra de cadeiras ergonômicas e adaptações dos espaços de room office, como local de tomadas, extensões e mesas funcionais, são itens que reforçam o pensamento do hoteleiro no conforto do hóspede que procura esse produto.

“As pessoas buscam soluções para os mínimos detalhes. Por isso, transforme seu produto com entendimento da flexibilidade exigida e coloque-se no lugar do cliente. O room office precisa, além das outras coisas, facilitar processos e o ambiente de trabalho”, finaliza Giuliana.

(*) Matt Hoffman/Unsplash