Nos últimos anos, o tema transformação digital ganhou ainda mais força na hotelaria. Estratégias online, ferramentas e recursos têm surgido com o objetivo otimizar a operação de hotéis. Por outro lado, muitos ainda cometem erros ao montar seus sites e o que seria uma solução para alavancar as vendas diretas acaba se tornando uma verdadeira dor de cabeça.

Em entrevista ao Hotelier News, Alex-Sandro Souza, CEO da Tribuzana Marketing Hoteleiro, explica que, em muitos casos, os hotéis querem criar sites “elaborados demais” e acabam esquecendo de pontos cruciais como rapidez e navegabilidade, fazendo com que os empreendimentos percam possíveis reservas. “Não adianta criar um site que seja visualmente bonito e atrativo se ele não leva o usuário a lugar nenhum”, destaca.

Hotéis - Alex-Sandro_Souza

Souza fala sobre cuidados a serem tomados no desenvolvimento de sites de hotéis

 

“E isso é um dos principais problemas que os hotéis enfrentam. Menus elaborados demais, por exemplo, tornam a navegação difícil e, como hoje o hóspede busca por rapidez, praticidade e uma jornada otimizada, ele não vai ter paciência para ficar esperando e irá procurar outro hotel”, complementa o executivo.

Principais erros

Com o objetivo de tornar descomplicar a criação de sites para hotéis, Souza elencou alguns dos principais erros que os empreendimentos cometem. Muitas vezes, desenvolver esse canal de comunicação entre hotel e hóspede é uma tarefa mais fácil do que se imagina. Entre os principais equívocos, o executivo elenca:

Fazer o site pensando exclusivamente no hotel: nesse processo, é necessário pensar primeiramente naquilo que o hóspede quer ver. “Por exemplo, falar apenas sobre o que o hotel tem de estrutura e não apontar diferenciais, é um grande erro, que diminui a atratividade”, destaca Souza.

Fotos e vídeos de má qualidade: imagens muito antigas, de baixa resolução, comprometem futuras reservas.

Não investir em um bom servidor: Souza aponta que, em muitos casos, os hotéis investem em servidores de baixa qualidade, de carregamento lento, e isso faz com que o interesse pelo empreendimento caia consideravelmente. “Por isso, é importante priorizar servidores de alta qualidade, que garantam estabilidade e carregamento rápido”, observa.

Sites não responsivos: os sites dos hotéis precisam priorizar o mobile first, e em seguida adaptá-los para o desktop. Não o contrário.

Os erros apontados por Souza corroboram com o levantamento da Creative Supply, publicado recentemente no Hospitality Net, apontando falhas como pensar no site apenas como um “folheto” do hotel, falar apenas de estrutura (quartos, áreas comuns, etc) e limitar o SEO às palavras-chaves.

Dicas

Nesse sentido, Souza apontas iniciativas fundamentais para um site bem sucedido. Entre elas, estão:

Conteúdos sobre o destino: é importante falar não só dos hotéis, mas também dos destinos onde estão localizados, apresentando atrativos. “No último ano, tivemos clientes cujo tráfego aumentou 40% apenas com notícias no blog do site. Também é preciso pensar em personas, no hóspede ideal, e falar com uma linguagem que o atinja”, analisa.

Integração com as redes sociais: o site não deve ser apenas atrativo visualmente. É importante que ele se integre com outras plataformas, como as redes sociais. Quanto mais navegação, melhor o ranqueamento.

“Por fim, o hoteleiro precisa ter total acesso ao site, com domínios que estejam no nome do hotel, senhas e contas Google conectadas na plataforma. Isso facilita a vida de todo mundo, principalmente dos hotéis, porque ajuda nas estratégias”, finaliza Souza.

(*) Crédito da foto: StartupStockPhotos/Pixabay