Durante os dois anos de pandemia, muitos empreendimentos hoteleiros aproveitaram o isolamento para fazer reformas estruturais e, assim, retornar ainda mais competitivos. Afinal, diferenciais são vitais neste novo momento para elevar a experiência do hóspede. Além disso, os retrofits são e manutenções preventivas fundamentais para garantir a conservação dos ativos.

Dito isso, é importante ressaltar algumas questões que circundam o tema, como boas práticas de manutenção preventiva, como ela varia de hotel para hotel e como montar um bom plano de conservação para os empreendimentos.

Em entrevista ao Hotelier News, Reimar Prado, gerente de Manutenção e Serviços do Transamerica Resort Comandatuba, explica que a manutenção preventiva tem como base de programação de intervenção o parâmetro tempo, baseado na vida útil de cada componente.

“Assim, uma manutenção preventiva programada proporciona redução de custos de intervenção. Em relação à manutenção corretiva, é o mesmo princípio, uma vez que ela atua nos pontos específicos de um determinado equipamento, evitando desta forma um defeito maior, causado por componentes de menor vida útil”, afirma.

Boas práticas

Em relação às boas práticas, o profissional afirma que o ideal é elaborar um plano periódico, definindo as atividades a serem executadas, e especificando os itens de maior importância. O plano deve:

  • Descrever minuciosamente as atividades
  • Elencar os procedimentos de segurança necessários para a execução das atividades
  • Indicar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários para a manutenção
  • Apresentar a quantidade de colaboradores necessários para desenvolver a atividade
  • Estimar o tempo médio de execução
  • Indicar ferramentas necessárias para execução da atividade
  • Descrever insumos necessários para a manutenção

“Na hotelaria, o sistema de climatização de ambientes, bem como sistemas de distribuição de água quente e sinal de TV, internet e telefonia, constituem os pontos de maior interferência, gerando maior número de ocorrências e intervenções da equipe de manutenção”, destaca Prado.

“Na hotelaria de rede, cada empreendimento possui o gestor desse segmento, que chefia uma equipe. Caso a rede possua grande número de unidades, eventualmente pode existir um gestor corporativo, no intuito de padronizar os procedimentos e dar suporte técnico à unidade que necessite”, acrescenta.

Nestor Zimmermann, gerente de Infraestrutura da Intercity Hotels, complementa o raciocínio de Prado e afirma que é necessário equilibrar a equação reformas x redução de custos para garantir uma operação saudável.

Manutenção preventiva - Nestor_Zimmermann

Zimmermann: capacitação é o diferencial

“Durante a pandemia, mantivemos pelo menos um profissional de manutenção sempre na ativa. A degradação é muito grande quando o hotel não está funcionando, pois muitos procedimentos não são praticados, o que foi extremamente prejudicial quando o setor começou a retomada”, explica.

“A manutenção preventiva é extremamente importante neste sentido, pois o hotel precisa para agora, não para depois. O hóspede já está lá e precisa de assistência imediata em todos os serviços. Ele precisa que tudo esteja funcionando, todos os sistemas essenciais que estão por trás da operação, para não haver surpresas”, completa.

Zimmermann diz que, neste contexto, a equipe de manutenção deve estar sempre preparada e apta para realizar os procedimentos. “A manutenção não existe para fazer serviços de governança, mas sim para cuidar do ativo. Por isso, é necessário ter profissionais capacitados, focados, com bons programas de manutenção preventiva e softwares de monitoramento”, aponta.

Por fim, Zimmermann observa que, para montar um bom plano de manutenção, é necessário fazer um levantamento de todos os sistemas existentes no hotel para identificar os problemas. “É necessário que o profissional saiba do que tem que cuidar para que o trabalho seja bem executado”, finaliza.

(*) Crédito da capa: falconp4

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal