O recuo de 0,1% no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre frente aos três primeiros meses de 2021 pode parecer irrelevante, porém os números indicam certa estagnação da economia. O resultado ficou aquém do esperado, após a grata surpresa do crescimento de 1,2% no primeiro trimestre, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A boa notícia é que o setor de serviços, um dos mais afetados pela crise, apresentou alta no período.

Desta forma, a economia brasileira avançou 6,4% no primeiro semestre. Já no acumulado de 12 meses, o PIB registrou crescimento de 1,8%. As expectativas do mercado para o segundo trimestre eram de incremento de 0,2% para o indicador.

Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 2,1 trilhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados informados pelo IBGE.

Em um relatório desenvolvido pelo Itaú, o banco aponta que o PIB está próximo aos níveis pré-pandemia, mas setores dependentes de interação social, como administração pública (que inclui saúde e educação públicas) e outros serviços (que incluem bares, restaurantes, hotéis, serviços de beleza, etc.) ainda estão em níveis deprimidos.

Desta forma, o resultado do indicador para o segundo trimestre joga para baixo as projeções de crescimento da economia para 2021 para 5,7%. Entretanto, o banco ainda espera bons resultados para o segundo semestre com o avanço da vacinação e normalização nos setores de serviços. Para 2022, o Itaú prevê desaceleração de 1,5% no PIB.

PIB - tabela itau

PIB: serviços em crescimento

Apesar dos baques causados pelo isolamento social, o setor de serviços apontaram resultados positivos para quase todas as atividades. informação e comunicação (5,6%), outras atividades de serviços (2,1%), comércio (0,5%), atividades imobiliárias (0,4%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e transporte, armazenagem e correio (0,1%). Já administração, defesa, saúde e educação públicas permaneceram estáveis.

O componente industrial recuou na margem, em meio a restrições de oferta, principalmente do setor automotivo. Do lado da demanda, na variação trimestral com ajuste sazonal, o consumo das famílias manteve-se estável, o consumo do governo cresceu 0,7%, a formação bruta de capital fixo recuou 3,6%, as exportações aumentaram 9,4% e as importações diminuíram 0,6%.

O desempenho negativo do PIB foi puxado pela agropecuária (-2,8%) e indústria (-0,2%). Dentre as atividades, as quedas de 2,2% nas indústrias de Transformação e de 0,9% em Eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos puxaram os resultados para baixo.

(*) Crédito da capa: joaogbjunior/Pixabay