Em janeiro de 2023 completará um ano desde que a OYO Hotels & Homes anunciou sua entrada no mundo do capital aberto. Contudo, ao longo dos últimos meses, os planos da rede indiana não saíram como o esperado. Em maio, a empresa fundada por Ritesh Agarwal voltou atrás e comunicou a desistência do IPO (Initial Public Offering) por receio de uma avaliação abaixo da média em seu país de origem. Agora, a agregadora de hotéis econômicos retoma sua oferta pública, com previsão de lançamento para o próximo ano.

Segundo divulgado pelo Skift, a OYO atualizou seu rascunho de prospecto de arenque com os resultados da primeira metade do ano fiscal, sinalizando sua intenção de retomar o IPO, inicialmente avaliada em US$ 9 bilhões. De acordo com uma fonte próxima à empresa, a oferta pública deve ser lançada no primeiro trimestre de 2023.

A rede indiana colocou em andamento a aprovação do Conselho de Valores Mobiliários da Índia para o IPO após a permissão para enviar informações financeiras atualizadas antes que o órgão regulador examinasse e processasse o pedido.

O lucro ajustado da OYO antes de juros, impostos, depreciação e amortização no segundo trimestre cresceu oito vezes, de US$ 860.000 no primeiro trimestre para US$ 7 milhões, impulsionado principalmente por um aumento trimestral de 23% no valor bruto de reserva por hotel.

No entanto, o aumento acentuado nos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização não foi suficiente para tornar a empresa lucrativa em nível líquido.

A rede registrou um prejuízo líquido de US$ 40 milhões, mesmo quando as perdas diminuíram de US$ 50 milhões no primeiro trimestre. O adendo da empresa não divulga a comparação trimestral das demonstrações financeiras em relação ao mesmo período do ano passado.

No final de setembro, o SoftBank Group supostamente cortou a avaliação da OYO em mais de 20%, como resultado da avaliação da rede no mercado privado, que supostamente caiu para cerca de US$ 6,5 bilhões.

A empresa originalmente planejava levantar cerca de US$ 1,16 bilhão por meio da oferta pública inicial, buscando uma avaliação de cerca de US$ 12 bilhões.

Terceiro trimestre

No mês passado, o órgão fiscalizador da concorrência da Índia multou o MakeMyTrip Group e a OYO por comportamento anticompetitivo. A Federação de Associações de Hotéis e Restaurantes da Índia também disse que escreveu ao órgão regulador indiano para impedir a rede de lançar sua oferta pública inicial após uma penalidade.

A OYO mencionou no adendo que a empresa entrou com recurso este mês contra a multa de US$ 20 milhões, no Tribunal de Apelação de Direito Empresarial Nacional. Atualmente, a demanda foi suspensa, sujeita ao depósito de 10% do valor total, que chegaria a cerca de US$ 2 milhões em seis semanas a partir de 22 de novembro.

Confirmando que a empresa está a caminho de abrir o capital, desde que não haja flutuações nas condições do mercado, uma fonte próxima à rede disse que o terceiro trimestre em curso é crucial. Tendo reportado dois lucros consecutivos antes de juros, impostos, depreciação e amortizações positivas, este trimestre ajudaria o mercado a decidir se essa trajetória de desempenho é sustentável.

Fatores que contribuem para o aumento

Uma das principais razões para os lucros crescentes antes de juros, impostos, depreciação e amortização é que a empresa conseguiu manter uma margem de lucro bruto de 41%. A OYO também conseguiu controlar seu custo de marketing, que está crescendo muito mais lentamente do que seu valor bruto de reserva.

Suas despesas de marketing aumentaram 19% ano a ano na primeira metade do ano fiscal para US$ 50 milhões, enquanto seu valor bruto de reserva cresceu muito mais forte em 33% durante o mesmo período para US$ 615 milhões.

O programa de fidelidade da OYO, Wizard, também ajudou a plataforma a atrair clientes recorrentes, o que auxiliou a empresa a manter o marketing e as promoções sob controle, disse uma fonte.

Na terceira semana de abril, a rede ultrapassou 800.000 reservas, um recorde para o ano. Cerca de 20% das reservas foram feitas por membros da Oyo’s Wizard.

(*) Crédito da foto: reprodução/Skift