O período conturbado que a hotelaria brasileira vive não deixou ninguém escapar. Também inserida nisso, a rede Othon aguarda por uma boa recuperação no segundo semestre. Um dos indícios disso, na visão de Jorge Chaves, gerente da companhia, é o crescimento de 30% na diária média do grupo frente os primeiros meses da pandemia da covid-19.

Além disso, o executivo ressalta que a positividade acompanha a ocupação razoável de janeiro e fevereiro (50%), bem como a esperança do aumento no número de vacinados no Brasil. “O número de casos e vidas perdidas continua em alta, mas temos razão para uma perspectiva melhor que no início de tudo”, diz.

Como embasamento, ele também cita a demanda reprimida como atributo de fortalecimento ao segmento. “Para o segundo semestre e 2022, esperamos que a ansiedade das pessoas por retomar viagens, de lazer e negócios, impulsione crescimento e recuperação”, explica o gerente.

Em específico, Chaves fala do aprimoramento de serviços da Othon. Locais implementados para este momento, como room office e espaço coworking, por exemplo, estão em alta nos hotéis da rede. Isso significa, segundo o executivo, que a aposta do grupo será na estada mais longa (longstay), voltado ao segmento corporativo e que, eventualmente, também vira uma hospedagem à lazer.

Distribuição

O gerente afirma que OTA’s representam 60% das vendas registradas. A explicação é que as reservas atuais são de curto prazo e, em sua visão, isso privilegia esse modelo. Aos finais de semana, o índice pode chegar a 70%.

Já em reservas diretas, a fatia é de 17%, o dobro das vendas contabilizadas antes da pandemia no país. “O motivo para isso é o posicionamento estratégico da Othon nas mídias sociais. O número de seguidores, ao todo, dobrou neste um ano, difundindo atrativos e promoções dos nossos hotéis”, pontua Chaves.

Por fim, o cenário das agências, para o gerente da rede, está mais voltado ao segundo semestre. Espera-se que vendas se recuperem nesse médio prazo.

Othon: dificuldades

Dentro dos principais desafios colocados pela covid-19, a rede enfrentou uma ocupação de 1% nos primeiros meses. Em conjunto, o fechamento temporário do Savoy Othon, no Rio de Janeiro, também piorou a situação.

De junho até dezembro de 2020, o mesmo índice teve aumentos progressivos a partir de 8%, mas nada muito significativo. Atualmente, com o aumento de casos e mortes no país novamente, o gerente fala de mais obstáculos. “Estamos em momento de retração outra vez, com restrições nas regiões que operamos. A esperança está na vacinação em massa”, completa.

Em outubro de 2020, a rede também voltou ao plano de recuperação judicial. Isso aconteceu pois o leilão de um dos empreendimentos não deu certo.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Rio Othon Palace