Com o fim da pandemia e da demanda reprimida pós-crise, o desempenho da economia volta a ter papel fundamental na performance da hotelaria, que historicamente fica em linha com o resultado do PIB (Produto Interno Bruto). As projeções da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no entanto, não são as mais otimistas, segundo a Folha de S. Paulo. Embora tenha elevado a estimativa para a economia mundial em seu relatório sobre perspectivas econômicas, a entidade não tem boas expectativas para o desenvolvimento brasileiro.

Após expansão de 3,2% no ano passado, a economia mundial deve avançar 2,6% este ano, à medida que o aperto monetário de bancos centrais fazem efeito, frente aos 2,2% estimados em novembro de 2022. Para 2024, a projeção sobe de 2,7% para 2,9%. Para o Brasil, cujas estimativas já eram preocupantes, a situação fica ainda pior. Em novembro do ano passado, as projeções da entidade para 2023 eram de 1,2% e para 2024, de 1,4%. Após os ajustes, os percentuais de crescimento agora estão em 1,0% e 1,1%, respectivamente.

Desempenho mundial

Apesar do aumento das taxas de juros, que mantém os riscos elevados, as perspectivas econômicas globais estão melhores em relação aos últimos meses, em função da diminuição do choque inflacionário. A OCDE prevê que a inflação no G20, grupo das 20 principais economias mundiais, cairá de 8,1% no ano passado para 5,9% este ano e para 4,5% em 2024. Mesmo com a evolução e os aumentos nas taxas de juros de muitos bancos centrais, as expectativas seguem bem acima das metas.

A organização com sede em Paris aponta ainda que, embora seja difícil avaliar o impacto total das altas taxas de juros, a decisão dos bancos centrais pode ter efeitos negativos para a economia. O aumento do estresse para os tomadores de empréstimos pode se traduzir em perdas para algumas instituições financeiras, citando o recente colapso do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, como exemplo. Segundo os cálculos da organização, as taxas de juros atingirão pico de 5,5% no mercado norte-americano e 4,25% na zona do euro e no Reino Unido.

Sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos, a OCDE melhorou as expectativas para 2023, de 0,5% para 1,5%, e piorou a de 2024, de 1,0% para 0,9%. Na zona do euro, a projeção subiu de 0,5% para 0,8% este ano e de 1,4% para 1,5% no ano seguinte. Já a economia chinesa apresentou avanços nas projeções, de 4,6% para 5,3% em 2023 e de 4,1% para 4,9% em 2024.

(*) Crédito da foto: Ibrahim Boran/Pixabay