Antes de começar é bom contextualizar. CEO do Club Med para América Latina, Janyck Daudet está positivamente surpreendido com o momento da rede francesa. Isso porque, após um 2021 com excelentes resultados, com demanda em alguns meses superior a 2019, a empresa vê o movimento continuar forte em suas unidades no país. Para completar, o internacional também vem gerando volume de vendas recorde, principalmente para os resorts de neve.

Segundo Daudet, 2021 teve dois momentos: um primeiro semestre positivo seguido por seis meses excepcionais. “A aceleração do turismo interno foi muito forte e tivemos um resultado maravilhoso. O segundo semestre bombou como nunca”, revela o executivo, sem abrir números. “Para este ano, pensávamos que o efeito conjuntural tivesse influência na performance, mas o ritmo de vendas segue forte. De um lado, o câmbio nos favorece. Do outro, a alta nos bilhetes aéreos pode atrapalhar o segmento de lazer como um todo”, completa.

É justamente este ponto – o preço do aéreo – que o Club Med vem conseguindo driblar bem. Com resorts próximos às duas principais capitais do país, a rede francesa vem aproveitando como nunca a demanda regional. Questionado pela reportagem se a unidade de Trancoso (BA), dependente de malha aérea, segue a mesma toada, Daudet deu um sorriso. “Estamos falando de um dos destinos up scale mais procurados do país, com muitos paulistas. Está bombando também”, comentou.

Na visão do CEO do Club Med, pesa também neste bom desempenho a extensa reforma feita no resort baiano durante a pandemia. “O empreendimento já tinha 18 anos. Renovamos os quartos e reformamos dois restaurantes, sendo um deles o à la carte, além de fazer um elevador para a praia. Hoje, o nível de faturamento está similar ao de Rio das Pedras (RJ), coisa que nunca aconteceu”, revela Daudet.

Internacional

Janyck Daudet - desempenho Club Med_interna

Daudet: região vendeu € 10 milhões a mais que Reino Unido

Além de vender as três unidades em solo nacional, a equipe Comercial do Club Med América Latina tem como missão comercializar os empreendimentos no exterior. Caribe, México e os resorts de neve são os mais procurados por turistas sul-americanos. “As vendas para resorts de ski vêm crescendo muitos nos últimos 10 anos, mas o que vimos em março foi extraordinário”, comenta Daudet, referindo-se à campanha Early Booking Bonus, que ofertava descontos de até 30% para viagens para a temporada 2023.

“Igualamos o faturamento do mercado francês nesta campanha, algo completamente inédito. Mais ainda, vendemos € 10 milhões a mais do que o Reino Unido”, comemora o executivo. “Acredito que nossos resorts são perfeitos para quem faz sua primeira viagem de ski, com boa estrutura para crianças. A comida, por exemplo, é adaptada ao público brasileiro. Acredito que isso, em parte, explica o sucesso”, acrescenta.

Em relação ao Caribe e México, o CEO do Club Med para América Latina diz que as vendas também estão em bom patamar desde o fim das restrições. “Estamos fechando um voo charter a partir de São Paulo e Brasília para Punta Cana, uma vez por semana, a partir de janeiro – e com preços mais baixos que voos regulares”, antecipa.

E o leque de opções do time Comercial do Club Med vai aumentar muito em breve. Até o final de 2023, a rede francesa inaugurará 16 resorts ao redor do mundo. No mês que vem, por exemplo, entra em operação uma unidade em Marbella, na Espanha. China e Ilhas Seychelles, na região Ásia-Pacífico, também ganham empreendimentos ainda este ano.

(*) Crédito das fotos: Juliana Coutinho/Club Med