Na hotelaria, uma estratégia eficaz de Marketing e Vendas pode transformar positivamente o cenário e elevar consideravelmente os indicadores. Para 2024, esses departamentos devem desempenhar um papel ainda mais crucial na trajetória dos empreendimentos. Portanto, é essencial compreender quais serão as prioridades para o próximo ano.

O Hotelier News entrevistou Miguel Diniz, profissional com vasta experiência em Marketing e Vendas na hotelaria. Ele destaca que, devido a um calendário atípico, com menos feriados, e a economia estagnada, o setor não poderá contar com crescimento orgânico em 2024. “Identificar as principais alavancas do negócio, ou seja, o que podemos controlar internamente e que influencia a demanda, será fundamental”, comenta.

Diniz fala sobre estratégias assertivas

Diniz ressalta que, nesse contexto, Marketing e Vendas devem dominar alguns pilares essenciais, como dados e métricas, precificação e marca. Ele enfatiza o papel central dessas áreas na estratégia dos hotéis, seja para atrair uma nova demanda ou agregar mais valor à demanda existente.

No que diz respeito à precificação, o especialista aponta que, embora a hotelaria já tenha adotado amplamente o preço dinâmico, ainda existem oportunidades de refinamento. “Poucos players compreendem a sensibilidade do público em relação ao preço, entendendo a elasticidade. A palavra pricing e todas as técnicas associadas devem ser um verdadeiro mantra para os hoteleiros”, acrescenta.

Diniz sublinha a importância da interação entre os departamentos de Marketing e Vendas com os demais setores em 2024. Ele destaca que são partes de um mesmo time, e um não pode avançar sem o outro. “Não é possível precificar corretamente sem uma análise crítica do produto, por exemplo. Da mesma forma, o preço não terá sucesso sem uma estratégia clara de comunicação”, explica.

Construindo estratégias

Quanto às principais métricas para uma estratégia eficaz de Marketing e Vendas e sua contribuição para a precificação e consolidação da marca nos hotéis, Diniz enfatiza que “depende”. Ele ressalta a importância de “medir o que importa” e destaca a estratificação como o caminho para identificar as melhores práticas.

“Muitas vezes, ficamos paralisados por falta ou excesso de informações, sem saber por onde começar. Uma estratificação bem-feita ajuda a descobrir oportunidades específicas e priorizar a coleta de dados, além de aprimorar o acompanhamento. O grande desafio é começar, mesmo que de maneira desestruturada, mas conseguindo traduzir os dados em informação, informação em conhecimento e conhecimento em decisão, que serão guiadas e sustentadas pelas métricas”, enfatiza.

Por fim, Diniz destaca que a clareza de negócios proporcionada pelas métricas influencia diretamente nas táticas de precificação, as quais estão intimamente relacionadas aos elementos de marca. “Quando menciono a palavra ‘marca’, estou abordando o termo de maneira abrangente, incluindo todo o conteúdo e processo de construção e comunicação do valor que o produto pretende entregar. Em um ambiente com muita informação disponível, comunicar-se bem tornou-se uma arte”, observa.

“Portanto, é imprescindível conhecer seu produto e os atributos de valor que fazem mais sentido para seu público. A partir disso, elaborar um plano de comunicação consistente, com canais diversos, que sustente não só a narrativa da marca, mas também seu preço e posicionamento”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Buffik/Pixabay

(**) Crédito da foto: Arquivo Pessoal