Após debater um assunto estratégico no episódio anterior, o Hotel Trends volta em março com outro tema de extrema importância para o setor imobiliário turístico: funding. Depois de passar anos limitando sua expansão a grandes capitais, principalmente com hotéis de perfil corporativo (e econômicos), a hotelaria brasileira vive um boom de projetos de lazer. Neste contexto, dois movimentos – um conectado ao outro – chamam atenção: a explosão da multipropriedade no país, que por sua vez vem sendo impulsionada pelo maior acesso dos grandes players do segmento ao mercado de capitais para financiar novos resorts.

Para aprofundar esse debate, a dupla Vinicius Medeiros (Hotelier News) e Pedro Cypriano (HotelInvest) recebeu para uma conversa Juliana Mello no oitavo episódio do Hotel Trends . A executiva é sócia da Fortesec, securitizadora paulista que já realizou emissões no mercado de capitais para viabilizar vários projetos de multipropriedade no país. Só no ano passado, por exemplo, a empresa de Juliana participou de 28 captações, sendo o CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) o principal instrumento de securitização utilizado. E, com a Selic em um dígito, 2021 foi um ano movimentado para essas ofertas de título de renda fixa.

Dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) apontam que as emissões de CRIs totalizam R$ 34 bilhões no ano passado, alta de 121% frente ao ano anterior. Como citado, a Selic em patamares historicamente baixos em 2021 foi um convite para investidores assumirem maiores riscos de investimento. Diante do novo cenário da taxa básica de juros, contudo, será que essas ofertas seguirão demandadas? Como isso pode afetar o desenvolvimento de novos resorts de multipropriedade? Para Juliana, pensando nos dois momentos de captação, as condições em 2022 divergem bastante do ano passado.

“Obviamente, quando falamos de uma Selic de dois dígitos, vamos pensar em quem vai colocar dinheiro no projeto. Hoje, esse investidor consegue comprar um CDB (Certificado de Depósito Bancário), que é um risco de um banco, pagando dois dígitos”, observa Juliana. “Quando olhamos esse cenário, quem tende a sofrer mais? São projetos com margens pequenas e menos estruturados. Ou seja, aquela empresa que estava acostumada a tomar dinheiro com taxas a 5% ou 7%, ela não vai mais acessar o mercado financeiros nessas condições. E, talvez, provavelmente seu negócio não suporte uma taxa mais alta”, completa.

Onde ver e ouvir?

O novo episódio do podcast pode ser acessado em diferentes plataformas:

Spotify: https://spoti.fi/3NyQpwW
Apple Podcast: https://apple.co/38cLfXu

Para quem deseja assistir ao bate-papo completo que Juliana Mello teve com Vinicius Medeiros e Pedro Cypriano, basta clicar no vídeo abaixo:


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(*) Crédito da foto: Hotelier News