sexta-feira, 5/setembro
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InFOHB: diária média e RevPar ganham força em outubro

Com demandas já consolidadas, a hotelaria brasileira ainda nadava para ver sua diária média subir. Mantendo sua tendência ascendente dos últimos meses, o indicador deu força para o RevPar ganhar musculatura em outubro. De acordo com o InFOHB, relatório divulgado pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), o setor vem reduzindo a diferença em relação aos resultados de 2019.

A 183ª edição do informativo da entidade aponta que no mês passado a hotelaria registrou acréscimos em dois indicadores: 28,9% na taxa de ocupação e 18,9% no RevPar. Já a diária média conta com uma queda de -7,7% em relação ao mesmo período em 2019. Quando o comparativo é relacionado a 2021, os três indicadores apontam alta: 6,8% na taxa de ocupação, 38,2% na diária média e 47,6% no RevPar.

Frente a 2019, a performance por região foi de variações negativas para a ocupação: -10,5% no Centro-Oeste; -7,3% no Nordeste; -7,5% Norte; -7,4% no Sudeste e -7,7% no Sul. No comparativo com 2021, o indicador caiu em três localidades: -2,2% no Centro-Oeste; -7,5% no Nordeste e -3,3% no Norte. Já as variações positivas ficaram em 13,7% no Sudeste e 2,4% no Sul.

Segundo Orlando Souza, presidente do FOHB, as variações de demanda são pontuais e devem ser avaliadas individualmente, pois cada praça conta com suas próprias especificidades. “É provável que as quedas estejam ligadas a acontecimentos ou eventos pontuais. Em novembro deste ano, podemos esperar uma variação para cima em São Paulo por conta da Fórmula 1, por exemplo”.

“Apesar da dificuldade analítica, conseguimos alguns insights. Nas cidades com queda de demanda, o perfil do hóspede tem maior participação de lazer e também do corporativo de pequenas e médias empresas, que foram os primeiros segmentos a retomar ocupação, estabelecendo uma base de resultados mais alta em comparação às demais cidades. Adicionalmente, em razão da maior sensibilidade a preço, o preço do aéreo pode representar parte da queda de demanda”, avalia Pedro Cypriano, especialista em investimentos hoteleiros.

Diária média em alta

Na análise regional frente a 2019, a diária média apontou apenas percentuais positivos em todas as regiões: 14,5% no Centro-Oeste; 33,1% no Nordeste, 25,5% no Norte, 30,3% no Sudeste e 26,6% no Sul. Já em relação ao RevPar, percentuais positivos de 2,5% no Centro-Oeste; 23,4% no Nordeste, 16,1% no Norte, 20,6% no Sudeste e 16,9% no Sul.

No comparativo com 2021, a diária média segue positiva em todas as regiões: Centro-Oeste (21,2%); Nordeste (23,3%); Norte (28,1%); Sudeste (45,1%) e Sul (29,7%). No RevPar, a alta foi de 18,6% no Centro-Oeste; 14,1% no Nordeste; 23,9% no Norte; 64,9% no Sudeste e 32,9% no Sul.

“A recuperação da diária média e RevPar são os fatores mais importantes desta edição do InFOHB. Este é o principal objetivo da hotelaria que, mesmo com queda de ocupação, conseguiu gerar mais receita”, complementa Souza.

InFOHB - diaria média - ref 2019

“Com a normalização das ocupações, o crescimento de tarifa é esperado. A própria volta forte dos eventos cria um ambiente muito mais favorável para o crescimento de tarifas. Em outubro de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2019, 11 das 15 cidades analisadas pelo FOHB apresentaram crescimento de diária média acima da inflação”, pontua Cypriano.

“Um indício é que na média de 2023 finalmente excederemos em valores reais as diárias do pré-pandemia praticamente em todo o país. Até o fechamento de 2022, em razão dos meses mais fracos no primeiro semestre, aproximadamente metade das cidades conseguirão antecipar a recuperação da tarifa real para este ano”, acrescenta o especialista.

Acumulado do ano

Entre janeiro de outubro de 2022, o InFOHB aponta que a taxa de ocupação registrou decréscimo apenas na região Sudeste (-1,3%). Já as demais regiões apresentam percentuais positivos: 3,6% no Centro Oeste; 0,3% no Nordeste; 8,7% no Norte e 0,8% no Sul frente ao mesmo período em 2019.

A diária média apontou percentuais positivos: 14,7% no Centro-Oeste; 21,8% no Norte; 20,4% no Norte; 17,9% no Sudeste e 17,8% no Sul. Para o RevPar, apenas percentuais positivos foram registrados: 18,8% no Centro-Oeste; 22,1% no Nordeste; 30,8% no Norte; 16,5% no Sudeste e 18,7% no Sul também em relação ao último ano antes da pandemia.

Recuperação nas principais praças

De acordo com o InFOHB, na diária média, dos quinze municípios, todos apresentaram desempenho positivo em relação a outubro de 2019, variando entre 13,9% em Brasília e 50,5% em Campinas.

São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Goiânia, Florianópolis e Manaus também apresentam percentuais acima de 25%.

No RevPar, dos quinze municípios, apenas dois apresentam percentuais negativos sendo: -7,5% em Brasília e -4,3% em Porto Alegre. As demais, apontam desempenho positivo variando entre 5,1% em Vitória e 48,2% em Campinas. Outras cidades com percentuais acima de 20% são Belo Horizonte, Salvador, Recife, Goiânia e Manaus.

“O que podemos esperar é uma continuidade na recuperação da diária média, talvez não tão expressiva todos os meses, mas em sequência, mesmo que isso signifique certa perda de demanda. Algumas localidades teremos índices mais altos, tudo vai depender da especificidade de cada praça”, finaliza Souza.

“Em RevPar, em razão das ocupações oscilantes, cinco das cidades analisadas tiveram crescimento real em outubro de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2019. E no acumulado de janeiro a outubro, sete cidades conseguiram crescimento real no período. Melhoramos muito o desempenho dos nossos hotéis e a diária voltou a ser o principal driver de crescimento. Em ordem de grandeza, metade das cidades conseguirão recuperação total de RevPar em valores reais na média de 2022. A outra metade, apesar de alguns meses já acima de 2019, conseguirão recuperação anualizada em 2023”, complementa Cypriano.

Infohb - revpar - ref2019

“Definitivamente, o cenário de prejuízos ficou para trás. Para 2023, praticamente todos os mercados terão diárias médias acima de 2019 em valores reais. Este será o principal driver de resultado para os hotéis no país. E para atenuar o risco de uma ocupação talvez um pouco mais baixa em alguns mercados em comparação com o pré-pandemia, manter o ritmo de valorização das tarifas será importante”, conclui Cypriano.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News

(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/FOHB