Ainda com dificuldades por conta das restrições de combate à Covid-19 e os impactos naturais da pandemia, a hotelaria gaúcha teve variações entre Porto Alegre e regiões das Hortênsias e dos Vinhedos. Com mais de 20 hotéis fechados e outros operando no vermelho, a capital gaúcha continua com ocupação média abaixo de 50%. O dado é uma medida feita com 28 dos 62 hotéis em operação no momento.

Segundo o levantamento do Front Desk, outra causa para a baixa ocupação na capital foi o refluxo de voos. Por conta disso, a diária média também sofreu retração. Somente empreendimentos localizados na região do Aeroporto Salgado Filho registraram índices pré-pandemia. Em maio, vale relembrar, 15 unidades hoteleiras da cidade fecharam definitivamente.

A perspectiva para junho depende diretamente do andamento da pandemia, retomada da aviação comercial e o resultado da safra de grãos, um dos parâmetros que ditam o ritmo da economia gaúcha como um todo. De acordo com a pesquisa, o sentimento de otimismo dá lugar à esperança por dias melhores.

“No mundo corporativo, as grandes empresas não podem expor seus executivos e ainda não retomaram os níveis normais de negócios, o que resulta em menos movimento na hotelaria focada neste mercado”, declarou Alexandre Gehlen, CEO da Intercity Hotels. O executivo acredita que a retomada das viagens corporativas depende da velocidade de vacinação.

Hotelaria gaúcha: região das Hortênsias

A ocupação da hotelaria disparou depois do triplo A. Com os hotéis chegando a mais de 50% e as pousadas passando dos 30% de ocupação nas cidades turísticas, com os finais de semana batendo no teto de 75% nos finais de semana. Mesmo assim, nas quatro cidades da região – Nova Petrópolis, São Francisco de Paula, Canela e Gramado – que tem mais de 300 meios de hospedagem — 12 continuam fechados, com previsão de reabertura em junho.

Para este mês, quando começa alta temporada da Serra Gaúcha, os hoteleiros estão otimistas e o número de reservas projeta ocupação de 40% para pousadas e mais de 60% aos hotéis com mais distribuição. As ocupações de junho ainda dependem do desenrolar da pandemia. Contudo, nota-se procura consistente para junho também em função do frio que atrai muitos turistas do Centro do país”, avalia Diego Cáceres, CEO da Laghetto Hotéis, que administra 13 hotéis na Serra Gaúcha.

Região dos Vinhedos

Os hotéis tiveram boa movimentação nos finais de semana, principalmente pelo turismo voltado ao vinho. No segmento corporativo, a região de maior atividade industrial do estado sofre como Porto Alegre: voos suspensos e economia funcionando “por controle remoto”, como afirma o empresariado local. A ocupação de maio, segundo o grupo de hoteleiros, não cobriu as despesas fixas e, neste mês, o cenário é mesmo. A saúde da hotelaria na região está preocupante.

(*) Crédito da foto: Bruno Adam/Unsplash