A possibilidade de afundamento de uma das 35 minas de extração de sal-gema da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió, tem preocupado a hotelaria da cidade como um todo. Isso porque a situação tem causado dúvidas por parte de turistas que têm o destino como uma opção para as festas de final de ano.

De 30 de novembro a 5 de dezembro, o solo da área da mina instável já cedeu 1,87 metro, de acordo com a Defesa Civil. Com 500 mil metros cúbicos (m³), parte da mina fica sob a Lagoa Mandaú, enquanto a outra parte fica no continente. A proximidade da lagoa fez com que o movimento de turistas caísse drasticamente no Pontal da Barra, mesmo o bairro estando fora da área de risco, aponta o G1.

Com a queda no ritmo do afundamento do solo na área da mina da Braskem, a Defesa Civil reduziu o alerta para risco de colapso. O órgão afirma que o rompimento não afetaria as áreas que estão ocupadas atualmente. Desde 2018, mais de 14 mil imóveis foram evacuados em cinco bairros da cidade.

Hotelaria em alerta

Ao G1, a ABIH-AL informou que está fazendo o levantamento dos dados para mensurar o impacto causado ao setor. A entidade destacou, ainda, que está concentrando os esforços em esclarecer aos turistas que não é preciso cancelar as viagens a Maceió.

Para entender melhor a situação, o Hotelier News conversou com alguns hotéis da cidade, a fim de mensurar se a situação está trazendo impactos negativos consideráveis para os empreendimentos. Recepcionista do Intercity Maceió, Thalyne Monteiro conta que o hotel já está registrando alguns cancelamentos de reservas.

“Temos notado que os turistas estão bem preocupados com tudo isso. Os que não cancelam nos ligam para saber se a região está sendo afetada pelo problema. O número de cancelamentos vem crescendo, e acredito que isso irá comprometer, inclusive, o desempenho do final do ano, uma das grandes apostas não só do nosso hotel, mas da hotelaria da cidade como um todo”, explica.

Anne Vasconcelos, recepcionista do Mercure Maceió Pajuçara, por sua vez, conta que não houve cancelamentos no empreendimento até o momento, mas que já há forte preocupação por parte dos turistas. “Há, sim, uma preocupação por parte dos turistas, que ligam para entender se há algum risco. É mais para tirar dúvidas, realmente. Mas até o momento, seguimos com bom ritmo de reservas, sem nenhuma queda de demanda”, acrescenta.

No Comfort Hotel Maceió, a situação é semelhante à do Mercure. Myleyve Pontes, supervisora de Reservas do empreendimento, disse ao Hotelier News que até o momento não houve cancelamentos. “Por outro lado, o volume de ligações de hóspedes para entender se há riscos nas áreas próximas ao hotel é bem grande”, conclui.

Aline Farias, gerente Comercial do Matsubara Hotel, afirma que essa preocupação por parte dos hóspedes já vem atingindo também o empreendimento. “Os hóspedes ligam, porque ficam receosos com a situação. E isso acaba impactando as vendas, mesmo essa questão não atingindo a cidade inteira. Estamos trabalhando para tranquilizar os clientes. Aqueles que preferirem também podem remarcar a vinda para outro período”, observa.

Willian Silva, gerente geral do Jatiúca Suítes Resort by Slaviero Hotéis, também comentou sobre o assunto. “Estamos trabalhando para mostrar que a área turística da cidade está segura, conforme mostram os órgãos públicos. Houve alguns cancelamentos no hotel, mas já percebemos uma resposta positiva por parte dos hóspedes, evidenciando a compreensão da situação e a retomada da normalidade”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Reprodução/Cidades em Fotos