De acordo com levantamento divulgado pelo CRC&VB (Campinas e Região Convention & Visitors Bureau), a hotelaria de Campinas vem dando passos importantes em 2023, com indicadores em alta mês após mês. A diária média dos hotéis ficou em R$ 333,68 em maio, superando os R$ 327,78 do mês anterior. O RevPar, por sua vez, foi de R$ 192,39, enquanto a ocupação atingiu 57,84%, índice ligeiramente superior ao registrado em abril, de 57,58%.

Com a estabilidade, o setor tem aumentado a abertura de postos de trabalho, mas esbarra na falta de mão de obra especializada para preencher as vagas. A pesquisa foi realizada com 173 hotéis associados ao CRC&VB, que respondem por 10,15% de toda a oferta do estado.

Douglas Marcondes, diretor da entidade, explica que o crescimento da taxa média de ocupação em Campinas e região já era esperado para maio. “Tivemos um abril prejudicado pelos feriados e consequente queda dos eventos corporativos, que representam cerca de 80% do faturamento dos hotéis”, pontua.

Outros dados

As contratações são outro fator que reforça o crescimento do setor hoteleiro na região. De janeiro a abril, os setores de hotelaria e alimentação fora do lar da RMC geraram 2,7 mil novos empregos. O número de contratações nos hotéis, porém, poderia ser melhor, segundo avalia o CRC&VB. “Assim como a gastronomia e eventos, a hotelaria sofre com mão de obra qualificada”, afirma Vanderlei Costa, presidente da entidade.

A abertura de novos postos de trabalho é creditada, principalmente, à retomada do setor como um todo, mas especialmente dos eventos de negócios, corporativos e culturais, desde janeiro do ano passado. “Após a pandemia, os hotéis da região tiveram que intensificar as contratações de profissionais em diversas áreas para atender à alta demanda de viajantes e turistas”, complementa Costa.

Apesar dos bons resultados, o presidente do convention destaca a importância da hotelaria e turismo dentro da economia da região de Campinas. “Desde o final da pandemia, é significativa a expansão dos negócios desses setores”, salienta.

“Além do turismo de eventos, já consolidado, precisamos que as prefeituras criem planos de incentivo ao turismo regional, com o fomento de shows, eventos culturais, rodeios e feiras de forma constante, o que trará impactos significativos na geração de empregos em mais de 50 segmentos que estão diretamente ligados a eles. A atração de turistas e visitantes para as cidades também beneficiará o comércio, hotéis e a gastronomia regionais, aumentando o movimento, a renda e arrecadação de tributos”, acrescenta Costa.

Marcondes observa que o setor regional, a exemplo de outras regiões brasileiras, está em um patamar de estabilidade, com viés de crescimento. “Se olharmos para a ocupação acumulada no período de janeiro a abril, temos uma taxa de 54,42%, contra as médias anuais de 50,51% em 2019, 20,98% em 2020, 30,77% em 2021 e 57,99% em 2022”, ressalta.

Por outro lado, ele reforça a importância de buscar, de forma conjunta com os setores público e privado, equipamentos que reduzam a taxa de ociosidade existente, entre 42% e 45% da ocupação. “O setor hoteleiro só vai conseguir atacar essa taxa de ociosidade com a atração de grandes eventos esportivos e culturais para a região. Basta pega o exemplo da Festa do Peão de Americana, que fez com que a ocupação nos finais de semana lotasse não só os hotéis locais, mas também nas cidades do entorno”, finaliza o diretor.

(*) Crédito da foto: Divulgação/CRC&VB