A retomada hoteleira é uma equação de muitos coeficientes. Equilibrar oferta, demanda e caixa tem sido um dos principais desafios dos empreendimentos e, para a Hotéis Porto Sol, não é diferente. Com duas unidades em Florianópolis (SC), a rede reabriu as portas no final de agosto e vem planejando seus próximos passos com cautela.

Os hotéis Porto Sol Beach e Porto Sol Ingleses paralisaram suas operações em meados de março, quando a pandemia foi declarada. Apesar dos decretos da capital catarinense, a empresa optou por esperar um pouco mais para reativar as propriedades. “Mesmo com a liberação de funcionamento decidimos fechar. Entendemos que não era viável abrir devido à baixa temporada. Era um momento de apreensão para nossas equipes e não havia procura por parte dos hóspedes”, explica Rafael Leal, diretor da rede.

Após quase seis meses de inatividade, a Hotéis Porto Sol começa a vislumbrar alguma recuperação e busca ações para reforçar o caixa. “Floripa começa a ter um clima mais agradável agora e já começamos a ter alguma demanda. Precisamos gerar receita e tentamos encontrar um ponto de equilíbrio entre o melhor momento para reabrir sem ter grandes prejuízos”, complementa.

Com ocupações na casa dos 20% aos finais de semana, Leal revela estar otimista para a retomada dentro do cenário esperado. “Os resultados estão dentro do que já esperávamos. Com o feriado da Independência conseguimos ter um movimento um pouco melhor. Estamos vendo os números com bons olhos, mas sabemos que para este ano o movimento não será intenso”.

hoteis porto sol - retomada - interna

Empreendimentos fecharam as portas em março, logo após a pandemia ser anunciada oficialmente

Hotéis Porto Sol: redução de danos

Para amenizar as perdas causadas pela paralisação das atividades, a rede fez o uso da MP 936 e manteve suas equipes nas duas unidades. Nos dois primeiros meses, o grupo realizou financiamento da folha de pagamento e tentou acessar o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), mas sem sucesso.

“Como estávamos no final da temporada, os contratos temporários fizemos rescisão. Se não tivéssemos feito o uso da MP com certeza estaríamos em outra situação. A ajuda do governo foi fundamental para a saúde da empresa. Com as reaberturas temos ainda algumas suspensões em andamento. Até o final de setembro já não precisaremos mais fazer o uso das medidas”, salienta Leal.

Durante os meses de paralisação, a Porto Sol intensificou o relacionamento com os clientes e investimentos em marketing digital. Em uma das frentes, trabalhou a base por meio de campanhas focadas na reabertura por email marketing. Já o tarifário foi mantido nos mesmos níveis pré-pandemia. “Acompanhamos a concorrência, que não apresentou reduções significativas”.

Para a alta temporada, Leal explica que já existe procura, mas ainda longe dos patamares esperados. “As reservas para o Ano Novo e janeiro ainda não estão com força total. Tivemos muitos cancelamentos, principalmente de eventos. Logo após o fim do verão teremos em abril o início da temporada de ações corporativas. Estamos tentando repor o buraco deixado com hospedagens”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Hotéis Porto Sol