Floresta Amazônica
(fotos: Peter Kutuchian, ofca.com.br e visionofbrazil.com)
 
Os hotéis conveniados à Associação da Hotelaria de Selva da Amazônia Brasileira (AHSAB) – criada em março deste ano para desenvolver atividades empresariais e de turismo em ações sociais e sustentáveis -, devem passar por um processo de regulamentação da atividade.
 
A Amazonas Turismo e o Governo do Estado lançaram um Decreto de Regulamentação dos Hotéis de Floresta, o qual prevê algumas modificações nos empreendimentos que já causam divergências nas opiniões.
 
Sérgio Carvalho

Para Sérgio Carvalho, diretor presidente executivo da associação, é preciso um diálogo direto com o Governo para adequar o decreto à realidade do segmento. “A hotelaria de selva ou hotelaria de floresta existe há 20 anos e nasceu por parte dos empresários da região. Desde seu início nunca houve uma lei que regulamentasse o setor”, diz. 
 
Carvalho discorda com alguns pontos da regulamentação. “Queremos colaborar com o Governo em uma mostragem sobre o que é o setor. O nosso segmento deve ser tratado com uma particularidade ímpar, e não ser considerado como a hotelaria tradicional. No regulamento, existe um parágrafo que prevê o uso obrigatório de energia elétrica nos empreendimentos, o que já distorce a ideia de sustentabilidade adotada em alguns hotéis que utilizam energias renovavéis para preservar o meio ambiente”, justifica.

O executivo ainda faz um alerta. “Muitos hotéis podem fechar as suas portas caso o governo não nos ouça, o que implicará na diminuição de turistas no Estado”, declara. 
 
Hoteleiros opinam…
Para Caio Fonseca, diretor do Juma Lodge, a regulamentação dos Hotéis de Selva precisa de uma participação mais efetiva dos próprios empreendimentos. “Diversos tópicos não condizem com a nossa realidade. Precisamos unir o setor para criarmos novas soluções a esta regulamentação”, sugere.
 
Recepção do Juma Lodge
 
Malocas Jungle Lodge Hotéis
 
Marinilda Mota Godde, diretora e gestora ambiental do Malocas Jungle Lodge Hotéis, também comenta as divergências. “Eu concordo com as regulamentações. Mas, para isso, acredito que a Amazonas Turismo e Governo do Estado devem disponibilizar
turismólogos, engenheiros e técnicos que ajudem na formatação de documentos e assinaturas necessárias para regulamentação”, enfatiza.
 
Marinilda ainda fala do licenciamento ambiental exigido no Decreto. “No caso de licenciamento ambiental, já foram necessárias por três vezes assinaturas de engenheiros, onde cada um deles cobra no mínimo R$ 2 mil por documento. Levando em consideração estas dificuldades, o empresário tem poucas opções para sobreviver: ou aumenta o seu preço ou fecha seu negócio. Se os preços tiverem altas, poderemos perder clientes”, conclui.
  
Novas alternativas
No início do mês de agosto, AHSAB irá desenvolver um projeto que traçará um diagnóstico do segmento. “Faremos uma mostragem ao Governo para auxiliar os agentes de viagens e operadores de turismo. Queremos que eles conheçam os principais roteiros turísticos da nossa região”, encerra o diretor presidente executivo da Associação.
 
O diagnóstico será concluído até o mês de setembro e divulgado através de workshops, realizados nas cidades de Manaus e São Paulo.
 
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