A confiança do brasileiro no setor de serviços segue em queda como consequência dos aumentos de casos de coronavírus. Após quatro meses de retração e uma alta em fevereiro, o ICS (Índice de Confiança de Serviços) despencou 5,6 pontos, de acordo com dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgados pelo G1. O indicador chegou a 77,6 pontos, o pior resultado desde junho de 2020 (71,7 pontos).

Em médias móveis trimestrais, o indicador manteve sua tendência decrescente pelo quarto mês seguido, caindo 2,9 pontos. “A piora da satisfação dos empresários e aumento do pessimismo em relação ao curto prazo sinalizam as dificuldades do setor diante do recrudescimento da pandemia, aumentando as medidas restritivas e cautela dos consumidores”, destaca Rodolpho Tobler, economista do FGV-Ibre.

Seguindo a mesma tendência, a confiança da indústria e do comércio também apresentaram forte recuo em março. Os serviços respondem por cerca de 70% de toda a atividade econômica do Brasil. A recuperação do setor será crucial para sustentar um crescimento econômico mais amplo.

FGV: segmentos afetados

Ainda segundo a FGV, a confiança dos empresários no setor de serviços atingiu 11 dos 13 segmentos pesquisados. O ISA-S (Índice de Situação Atual) recuou 4,2 pontos, para 74,4 pontos, menor nível desde julho do ano passado (71,0 pontos). O IE-S (Índice de Expectativas) caiu 6,7 pontos para 81,3 pontos, pior desempenho desde junho de 2020 (79,8 pontos).

O destaque positivo segue sendo o setor de comunicação e informação, que recuou menos no início da pandemia e conseguiu iniciar 2021 em alta. Os demais segmentos voltaram a registrar queda trimestral este ano e estão distantes dos níveis pré-Covid-19.

A crise no Brasil está se aprofundando e o país é hoje o epicentro global da pandemia. A contagem de novos casos chegou a 100.000 na semana passada e o número diário de mortes se aproximou de 4.000.

(*) Crédito da foto: blakewinz/Unsplash