Pelo visto, os hotéis não estão fazendo o suficiente para manter suas tarifas de atacado fora dos sites de viagens de varejo. Segundo o Expedia Group, que tem revisto sua estratégia, isso é prejudicial ao esforço da companhia em reunir os melhores preços online. Peter Kern, CEO da empresa, apresentou o caso a proprietários e desenvolvedores de empreendimentos, para chamar atenção sobre essa questão, revela o Skift.

“É um problema crescente. Há uma enorme quantidade de taxas vazando”, apontou o executivo durante o ALIS (Americas Lodging Investment Summit) em Los Angeles. Há muito tempo, hotéis reservam alguns quartos com tarifas de atacado com desconto para parceiros contratados oferecerem a viajantes específicos. Uma propriedade pode oferecer tarifas de atacado a um operador de turismo para combinar um voo em um pacote de férias com desconto, por exemplo.

Kern reclama que algumas agências estão infringindo as regras. “As taxas de atacado chegam ao mundo onde não são intencionais, e ‘não intencionais’ significa que estão disponíveis no mercado de varejo em outras OTAs e sites de comparação. De repente, as pessoas estão aparecendo na sua recepção com uma taxa que a empresa simplesmente não sabe como foi parar lá”, analisa o CEO do Expedia.

Neste cenário, a equipe do executivo trabalhou em conjunto com a Marriott International e outras grandes redes para restringir a distribuição de tarifas. No entanto, o problema do “vazamento no atacado” continua a ser um problema para grupos hoteleiros independentes e regionais.

Problema difícil

Por que a maioria dos hotéis não se importa com essa questão, já que são prejudicados no preço? A resposta é simples: essa prática está enchendo os quartos, o que resulta em gerentes gerais satisfeitos com o desempenho. Também leva algum tempo e dinheiro para que a distribuição seja restringida.

Além disso, as taxas desonestas também são difíceis de rastrear. “Você pode nem ver as taxas porque elas estão restritas à geografia. Se você mora nos EUA e pesquisa tarifas no hotel da sua empresa no Vietnã, pode parecer bom nos sites de comparação de preços que você usa”, pontua Kern.

Por outro lado, os viajantes que pesquisarem sites na Ásia-Pacífico, por exemplo, podem encontrar tarifas mais baratas. O CEO do Expedia admitiu que alguns hotéis simplesmente não estão tão preocupados. “Se você acabar enchendo seu quarto com 30% de desconto e matando suas taxas diretas ao consumidor, não sei onde isso o levará no longo prazo”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Expedia Group