Apesar do avanço da discussão sobre homofobia no mundo, muitos países ainda tratam as questões de orientação sexual de forma retrógrada. Em uma pesquisa publicada hoje (14) pelo Expedia Group, seis em cada 10 turistas norte-americanos da comunidade LGBTQIA+ revelaram que já cancelaram ou alteraram planos de viagens ao se sentirem inseguros.

O estudo teve a participação de mais de 2 mil viajantes dos EUA e contou com o patrocínio da Orbitz e produzido pela OnePoll. A pesquisa “Representatividade Importa” teve como objetivo analisar hábitos de viagens e consumo, além de destacar a importância da representatividade no turismo.

Dentre os respondentes, 20% alegaram que “sempre” pesquisam o destino para saber se o local é amigável frente à comunidade LGBTQIA+. Cerca de 58% dos viajantes gastam mais tempo em pesquisas sobre acomodações do que turistas heterossexuais. O levantamento ainda demonstrou que muitos entrevistados sentem a necessidade de esconder sua identidade em entrevistas de emprego e ao conhecerem pessoas novas.

Os entrevistados do Expedia, no entanto, não irão desistir de seus planos de viajar. Aproximadamente metade (48%) planeja participar de alguma Parada do Orgulho LGBTQIA+ este ano e, dentre estes, 66% afirmam que a primeira grande viagem pós-Covid será uma oportunidade para celebrar. “A semana que comemora o orgulho LGBTQIA+ é tipicamente um dos maiores eventos turísticos do verão no Hemisfério Norte. Com eventos presenciais ainda em aberto diante do relaxamento das medidas de contenção da pandemia, nós percebemos que muita gente irá celebrar seu orgulho localmente, em um primeiro momento, e deixar para viajar a um lugar novo ao longo do ano, quando esperamos que os grandes eventos sejam retomados”, afirmou Carey Malloy, diretora de Marketing da Orbitz.

Expedia: representatividade

A pesquisa  do Expedia também fez perguntas sobre a representatividade LGBTQIA+ na mídia – definida como “muito insuficiente” para dois terços dos entrevistados. Mesmo quando havia alguma representação, apenas um terço (31%) afirmou ter se deparado com uma caracterização “positiva” quando viram alguém parecido com eles na mídia. Para muitos, os aspectos negativos são suficientes para afastá-los: 39% pararam de consumir mídias específicas porque exploravam estereótipos negativos da comunidade LGBTQIA+.

Para 47% dos participantes da pesquisa, se ver representado na mídia ajudou no processo de aceitação de sua própria identidade. Algo que, para 63%, também auxiliou a se tornarem mais confiantes com suas identidades. 57% disseram que assistir a personagens LGBTQIA+ na mídia foi importante não apenas para si mesmos, mas também para que amigos e familiares próximos entendessem melhor sua experiência. De forma geral, 61% acreditam que a representação LGBTQIA+ é importante e 54% dizem o mesmo sobre representações interseccionais.

“Mais do que nunca, diversidade e representação autêntica deveriam ser fundamentais em nossa indústria”, disse a diretora. “A Orbitz foi uma das primeiras marcas do Turismo a dar visibilidade a viajantes LGBTQIA+ em material publicitário no início dos anos 2000. Cerca de 20 anos depois, está claro que produtores e marcas precisam fazer mais para promover uma discussão sobre representação que vá além do simples apelo e que conduza a mudanças significativas.”

Hotéis amigos da comunidade LGBTQIA+

Mais de 35 mil hotéis independentes, boutiques e de grandes redes assinaram um Compromisso de Inclusão que combate a discriminação por gênero e orientação sexual. Redes como a Accor também trabalham políticas mais inclusivas de inclusão como forma de reforçar seu apoio à comunidade LGBTQIA+.

“A maioria de nós planeja uma viagem com a expectativa básica de que iremos encontrar um lugar para ficar em que podemos ser nós mesmos, mas esta não é a realidade para todos os viajantes atualmente”, diz Carey. “Mais de 25% dos entrevistados em nossa pesquisa afirmaram que sentem a necessidade de esconder sua identidade LGBTQIA+ ao viajar. Hoje, estamos ajudando-os a começar suas pesquisas de viagem com uma acomodação onde se sentirão bem-vindos”, acrescenta.

(*) Crédito da foto: Unsplash