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São poucas as empresas que conseguem manter sua tradição e expertise de geração para geração. Com DNA familiar, a Döhler construiu sua história na indústria têxtil há 140 anos até se consolidar como uma das principais fornecedoras para diferentes segmentos de mercado.

Com capital aberto na bolsa de valores, a marca nascida em Joinville (SC) foi fundada pela família com raízes alemãs, que ainda detém 80% das ações da empresa. À frente das operações, Carlos Alexandre Döhler é o quinto da geração a comandar os teares do grupo.

Em entrevista ao Hotelier News, o supervisor de Vendas da Área de Hospitalidade explica que a empresa passa por um importante momento de profissionalização da gestão, onde a família deixa a administração diária dos negócios para colocar executivos especializados nas principais cadeiras do corpo diretivo.

“A família vai continuar atuando, mas de maneira mais macro. Estamos contratando executivos à altura da empresa, que fatura R$ 1 bilhão anualmente. Vamos manter nosso conceito focado em eficiência e competência que sempre prezamos nos últimos 140 anos”, salienta o supervisor.

Neste novo momento, a Döhler prioriza a adoção de novas tecnologias para elevar a produtividade dos processos e melhorar sua entrega ao mercado. “Para nós, a tecnologia é uma commodity. Entretanto, não deixamos de olhar e valorizar nossos investimentos no capital humano”, pontua o executivo. Com 2.750 colaboradores, a empresa divide 10% dos seus lucros com seu quadro de funcionários.

Carlos Döhler

Carlos Döhler faz parte da 5ª geração à frente dos negócios

Adaptações de mercado

Com o passar dos anos, a Döhler foi adaptando seus produtos às necessidades de mercado. No início, os teares da família atendiam o setor de vestuário na região de Joinville. Em seguida, a empresa passou a fornecer tecidos para os segmentos de cama, mesa e banho. “Nossa família construiu os primeiros teares com as próprias mãos, pois identificou a falta desse tipo de produto na região. Hoje, os três teares fazem parte do museu da Döhler”, conta.

Nos anos 1980, já consolidado na indústria têxtil, o grupo deu um passo importante para os negócios, tornando-se fornecedor de matéria-prima para empresas de calçado, guarda-sol e colchão. “Nosso foco passou a ser o b2b. Em meados da década, o setor de cama, mesa e banho deixou de responder por 17% do faturamento e saltou para 88%. Neste momento, a hotelaria apareceu como um segmento importante e, atualmente, representa 7% da nossa receita”, destaca Döhler

Hoje, a empresa fornece 1.250 toneladas de produtos por mês, sendo 80 toneladas direcionadas ao setor hoteleiro. Com clientes em todo o país, nas Américas do Sul, Central e EUA, o grupo possui cerca de 3 mil empreendimentos hoteleiros em sua base no Brasil, com destaque para as regiões Sul e Sudeste.

Linhas e produtos

Em seu portfólio, a Döhler conta com linhas de cama, mesa, banho, cortinas, decoração, artesanato, tecidos industriais, produtos licenciados voltados ao público infantil, além de um setor específico para atender a hotelaria, com vendas por atacado.

“Os produtos que mais saem para o setor hoteleiro são de cama e banho. Com os processos de higienização, existe uma grande demanda de reposição de enxoval. Em seguida, temos as atualizações de colcha, cortinas e decoração, que variam entre três e quatro anos, dependendo do hotel”, diz Döhler.

Além de fornecedor, o executivo é também investidor em alguns hotéis, o que lhe permite um olhar mais aprofundado para as necessidades da indústria. “Acredito muito no turismo e, como sócio de empreendimentos hoteleiros, entendo as demandas do consumidor. Com a pandemia, observamos mudanças no comportamento do hóspede, que acelerou exigências tanto do segmento de negócios quanto de lazer”, avalia.

Pensando em levar produtos de valor agregado ao mercado, a Döhler não categoriza suas linhas, mas fornece itens que atendem desde pousadas a hotéis de luxo. “Não temos produtos de maior ou menor qualidade. O que os diferencia é o material, estamparia e detalhes no acabamento. Logo, não fazemos essas divisões”, continua.

Reforçando a evolução da empresa no ambiente digital, o grupo está em fase de desenvolvimento de um novo site, que impulsionará o potencial de vendas online. Contudo, o executivo ressalta que o presencial não será deixado de lado. “São medidas que vão acelerar o processo de aquisição dos produtos, sem a necessidade de esperar o representante”.

Compromisso ambiental e social

Se adaptar aos moldes de um mercado que vem se movimentando em agendas ESG não foi um problema para a empresa. Com diversas ações ambientais e sociais, a Döhler tem a sustentabilidade como um de seus principais pilares operacionais.

“Foi algo que nasceu naturalmente. Sempre soubemos que qualquer coisa que fizéssemos de errado, seria no nosso próprio jardim. Contamos com investimentos de controle ambiental desde 1960, que era algo que não se falava na época. Dali em diante, uma coisa foi puxando a outra”, explica o supervisor.

m 1970, a Döhler fez seu primeiro grande investimento de controle ambiental do ar. Nos anos vindouros, a empresa desenvolveu projetos de controle efluentes e implementou um aqueduto de sete km (quilômetros).

A empresa ainda detém uma série de reconhecimentos e certificações, como a ISO 14.001, que tem como objetivo estruturar um sistema de gestão ambiental e controle de impactos. Outra conquista foi a ISO 9.000 — que garante o controle de produção e qualidade.

Para manter a sustentabilidade de suas atividades, a Döhler mantém arborizada uma área de 425 mil m² (metros quadrados), possui sistema de captação de águas pluviais, reaproveitamento de energia térmica, promove a reciclagem de materiais, entre outras iniciativas.

“Nossa fábrica está localizada dentro de uma barragem, o que assegura que qualquer vazamento químico não afetará o meio ambiente no entorno. Também operamos com poços de controle de pH da água, o que nos permite identificar qualquer alteração”, acrescenta o executivo.

No âmbito social, o grupo é certificado com a ISO 45001 — que valida boas condições de saúde no ambiente de trabalho. Internamente, a empresa desenvolveu seus próprios programas de bolsas de estudo, palestras sobre maternidade para futuras mães, ginástica laboral, treinamentos individuais, entre outros.

“Também contamos com projetos em parceria com artesãos, que valorizam a mão de obra nacional. Realizamos cerca de 11 eventos por ano para dar visibilidade a esses profissionais. Outro orgulho da empresa é o Programa Dançando com a Escola — em parceria com escolas municipais para atuar no Festival de Dança de Joinville, reconhecido como o maior festival de dança do mundo”, conta Döhler.

Pós-pandemia

Assim como a cadeia produtiva do turismo como um todo, a empresa sentiu os baques da pandemia. Quando os casos de Covid-19 explodiram no país, o grupo optou pelo afastamento de seus colaboradores até desenvolver um sistema seguro de trabalho, respeitando o distanciamento social e regras de controle de contágio.

“Os primeiros 60 dias foram difíceis, com o varejo e a hotelaria parados. Mas somos uma empresa saudável financeiramente, então, colocamos nossos funcionários de férias e não realizamos desligamentos. Com o retorno da economia, fomos nos adaptando. Nosso maior problema foi a escassez de matéria-prima”, relembra o executivo.

Quanto ao setor hoteleiro, Döhler afirma que as demandas estão retornando e ressalta que o segmento nunca deixou de investir na qualidade de seus serviços. “Nosso desempenho em hospitalidade — que abrange hotéis e hospitais — foi substancialmente melhor em 2022 frente a 2019. Atingimos os nossos objetivos, focando nas mudanças organizacionais para abastecer nosso crescimento em 2023”, finaliza o supervisor.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Döhler