Dados divulgados hoje (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que, de fevereiro a abril, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 10,5%, menor marca para o período desde 2015 (8,1%), quando o país entrava em recessão. Embora tenha variado 0,7 pontos percentuais em relação ao trimestre finalizado em janeiro, a renda média segue frágil, com queda de 7,9% frente igual intervalo de 2021.

O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado financeiro, cujas estimativas para o desemprego no país variavam de 10,7% a 11,2%.Ainda segundo o levantamento, que integra a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), ao final de abril havia 11,3 milhões de desempregados no país. Para efeito de comparação, esse contingente se encontrava em 12 milhões nos três meses anteriores.

Renda frágil

Em relação à ocupação, o trimestre bateu recorde da série histórica, iniciada em 2012. O número de pessoas ocupadas alcançou 96,5 milhões, alta de 1,1% (mais 1,1 milhão de pessoas) frente ao trimestre de novembro a janeiro. Já na comparação anual, o aumento foi de 10,3% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

“Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, destaca Adriana Beringuy, coordenadora do IBGE.

O rendimento médio real do trabalhador, por sua vez, ficou em R$ 2.569, estável em relação ao trimestre anterior (R$ 2.566). No entanto, na comparação anual, houve redução de 7,9% (R$ 2.790), mesmo em um cenário de crescimento dos número de trabalhadores empregados.

“Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público”, pontua Adriana.

(*) Crédito da foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil