Em nova queda, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,3% no trimestre encerrado em junho. Este é o menor patamar para um segundo trimestre desde 2015 — quando o indicador chegou a 8,4% — de acordo com dados divulgados hoje (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ainda que o recuo seja um indicador positivo, a falta de trabalho segue atingindo 10,1 milhões de brasileiros — queda de 15,6% (1,9 milhão) — frente ao trimestre anterior. Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego estava em 9,8% — totalizando 10,6 milhões de pessoas. Na série histórica, a mínima registrada foi em 2014, quando o índice caiu para 6,5%.

Informalidade em alta

A população ocupada chegou a 98,3 milhões de pessoas, maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Entretanto, o IBGE aponta fragilidade nos resultados: o número de trabalhadores informais também foi recorde, estimado em 39,3 milhões — 1,1 milhão de pessoas a mais ante o trimestre anterior — elevando a taxa de informalidade a 40%.

Na série, também atingiram recorde os empregados sem carteira assinada no setor privado, que hoje totalizam 13 milhões de pessoas — alta de 6,8%. O número de trabalhadores por conta própria também subiu 1,7% — considerando formais e informais — o que representa 25,7 milhões de pessoas.

Já o número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu 4,3% no período, o equivalente a 180 mil pessoas. Com a alta, essa categoria passou a ser formada por 4,4 milhões de trabalhadores.

Rendimento

O rendimento médio real habitual (rendimento médio recebido por cada trabalhador por todos os trabalhos) foi estimado em R$ 2.652, estável na comparação com o primeiro trimestre, mas uma queda de 5,1% em relação a igual trimestre do ano passado.

Geração de empregos

Ontem (28), o Ministério do Trabalho informou que o país gerou 277,9 mil empregos com carteira assinada em junho – uma piora em relação ao mesmo mês em 2021, quando foram criadas 317,8 mil vagas formais.

Os dados, no entanto, não são comparáveis com os números do desemprego divulgados nesta sexta pelo IBGE. Isso porque os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.

Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.

(*) Crédito da foto: reprodução/Diário do Rio