Pela primeira vez em seis anos a taxa de desemprego no Brasil não está na casa dos dois dígitos. De acordo com dados divulgados hoje (30), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio — menor patamar para o período desde 2015 (8,3%).

Entre fevereiro e abril, o número de pessoas sem trabalho no país era de 11,3 milhões. Apesar da melhora, o desemprego ainda afeta 10,6 milhões de brasileiros. O índice recuou 11,5% frente ao trimestre anterior e 30,2% na comparação anual. Os dados fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

O número de pessoas ocupadas bateu recorde (97,5 milhões), melhor resultado da série histórica, iniciada em 2012, e registrou alta de 2,4% em comparação com o trimestre anterior e de 10,6% em relação ao mesmo período em 2021. “Isso equivale a um aumento de 2,3 milhão de pessoas no trimestre e de 9,4 milhões de ocupados no ano”, destacou o IBGE.

O destaque na criação de vagas vai para o grupo Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais, com mais de 466 mil pessoas ocupadas no trimestre.

A queda no índice de desemprego tem relação com a melhoria no quadro da pandemia, avanço da vacinação e flexibilização das restrições de circulação e isolamento social. Serviços presenciais, por exemplo, que haviam sido amplamente afetados, começam um processo de recuperação mais robusto, principalmente em setores como transporte, alojamento e alimentação.

Rendimento médio

Em contrapartida, o rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.613 — o que significa estabilidade frente ao trimestre anterior (R$ 2.596), porém ainda 7,2% abaixo do registrado no mesmo período em 2021 (R$ 2.817). O resultado pode ser efeito da própria inflação, mas também da estrutura de rendimento dos trabalhadores, pesando ainda mais para profissionais com rendimentos menores.

A população desalentada, ou seja, que desistiu de procurar trabalho, chega a 4,3 milhões — queda de 8% em relação ao trimestre anterior e 22,6% abaixo na comparação anual. Já a taxa de informalidade ficou em 40,1% da população ocupada (39,1 milhões de trabalhadores informais), enquanto no trimestre anterior o indicador era de 40,2% e no mesmo trimestre de 2021, 39,5%.

O número de pessoas subutilizadas é de 25,4 milhões, recuo de 6,8% em relação ao trimestre anterior e a taxa de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas se manteve em 6,6 milhões de brasileiros.

(*) Crédito da foto: Agência Brasília