Com muitos feriados e sem nenhuma intercorrência como Ômicron, eleições e Copa do Mundo, 2023 será o ano em que o turismo global deve retornar aos níveis de 2019 e a hotelaria voltará a ser regida pela lei da oferta e demanda. Logo, é necessário estar atento aos principais dados macroeconômicos, que mostram sinais díspares até então. Apesar da recente perda de fôlego, evidenciada pela queda na criação de postos de trabalho em 2022 e de previsões mais pessimistas, o FMI (Fundo Monetário Internacional) melhora suas expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Contudo, há divergências sobre o possível desempenho econômico do país nos próximos meses.

Conforme divulgado pelo G1, o Ministério do Trabalho divulgou ontem (31) os resultados de 2022 em relação ao mercado de trabalho formal. Com 22,64 milhões de contratações e 20,61 milhões de demissões, o Brasil encerrou o ano passado com saldo positivo de 2,03 milhões de novos empregos com carteira assinada – número 26% inferior ao registrado no ano passado. Entretanto, 2021 foi um ano em que o país verificou um pico de contratações, ao gerar mais de 2,7 milhões de empregos frente ao saldo negativo de 192,5 mil de 2020.

Esses picos e anomalias nos indicadores estão cada vez menos frequentes, conforme o auge da pandemia vai ficando para trás. Agora, questões socioeconômicas e geopolíticas globais pesam mais na demanda hoteleira. As previsões para 2023, no entanto, seguem sendo reajustadas recorrentemente, em virtude do andamento da guerra na Ucrânia e do aumento dos juros como resposta dos bancos centrais frente à alta inflacionária mundial.

Crescimento brasileiro, latino-americano e global

Apesar do cenário macroeconômico turbulento, conforme divulgado pela Bloomberg, o FMI ajustou sua projeção para o crescimento econômico da América Latina e Caribe e do PIB brasileiro. Com um aumento de 0,2 pontos percentuais, a previsão da entidade é que Brasil tenha crescimento de 1,2% em 2022 e 1,5% em 2024. Segundo o FMI, o ajuste é em função da resiliência inesperada da demanda doméstica, crescimento acima do esperado nas economias dos principais mercados parceiros e apoio fiscal acima do esperado.

Quanto à região da América Latina e Caribe, a agência prevê crescimento de 3,9% em 2022, alta de 0,4 pontos percentuais em relação à última estimativa. Embora a expectativa para 2023 seja menor, a entidade apresentou reajuste de 0,1 ponto percentual ante outubro, passando para um crescimento de 1,8% neste ano. Apesar das condições financeiras mais restritivas e desequilíbrio na balança comercial, projeta-se que a inflação da região caia de 9,9% em 2022 para 5,5% até 2024 – ano que o crescimento deve encerrar em 2,1%.

Quanto à economia global, o FMI projeta que haverá uma desaceleração de 3,4% em 2022 para 2,9% em 2023, antes de se recuperar para 3,1% em 2024. Ainda que a projeção para 2023 tenha crescido em 0,2 pontos percentuais, o resultado segue abaixo da média histórica recente entre 2000 e 2019, que foi de 3,8%.“Não se espera que o PIB global e o PIB global per capita apresentem crescimento negativo, o que geralmente acontece quando há uma recessão global”, completa o documento.

(*) Crédito da foto: joelfotos/Pixabay