Conheça a Pousada do Parque, na Chapada dos Guimarães (MT)
21 de novembro de 2008Em meio à Chapada dos Guimarães, no Mato
Grosso, a placa indica a Pousada do Parque
(fotos: Chris Kokubo)
Grosso, a placa indica a Pousada do Parque
(fotos: Chris Kokubo)
Natural de Presidente Venceslau, no interior do estado de São Paulo, Oswaldo Murad, descendente de sírios, franceses, italianos e portugueses, formou-se em Direito e trabalhava com comércio exterior na capital paulista antes de decidir construir a aconchegante Pousada do Parque, na Chapada dos Guimarães, no coração do Mato Grosso.
Uma grande casa de campo
para receber os hóspedes
para receber os hóspedes
Estilo simples, funcional e acolhedor
As terras foram compradas em 1993 junto ao pai, que havia se aposentado. “Até 2000 a fazenda ficou abandonada. Nesse ano, me mudei para Goiânia e, em 2002, vim de vez para cá. Meu pai havia falecido e achei que deveria desenvolver algo bonito nas terras que compramos juntos”, explica Murad. Foram dois anos de reformas e cerca de R$ 700 mil de investimentos para colocar a pousada de oito apartamentos de estilo rústico e banheiro privativo em funcionamento. Com seis colaboradores fixos, o lugar é uma prova de que os mínimos detalhes fazem toda a diferença na boa hospitalidade.
Detalhes que agradam aos olhos
A maioria dos apartamentos é double, mas há opção com cama de casal também. Tudo muito simples, bem cuidado e aconchegante
As peças em ferro retorcido são de autoria
da irmã de Murad, artista plástica
da irmã de Murad, artista plástica
Sem internet, televisão ou telefone nos quartos, a idéia é aproximar o hóspede o máximo possível da natureza. “Nós nunca vamos oferecer essas tecnologias. Queremos que a pessoa se desligue do mundo”, explica o proprietário. Para isso, Murad conta com o melhor da natureza. A principal nascente do Rio Independência, que dá origem a sete cachoeiras do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, está em sua propriedade. “Houve um descuido na hora de limitar o parque e a nascente ficou de fora. Ainda bem que quem comprou a área pretende preservá-la, se não os rios da Chapada poderiam estar comprometidos”, afirma.
Bem próximo à sede dos apartamentos, há uma queda d’água capaz de reanimar qualquer turista que chega exausto. Para quem não quer caminhar ou se molhar, a opção é munir-se de binóculos e ficar à espreita para ver algumas das 154 espécies de pássaros catalogadas até agora na região ou outros animais, como a onça pintada que há pouco tempo foi observada nas redondezas.
Esta queda d’água faz milagres: recuperou o ânimo
de todas as pessoas do grupo depois de um longo
dia de trabalho, estrada e buracos
de todas as pessoas do grupo depois de um longo
dia de trabalho, estrada e buracos
Os detalhes da pousada têm mãos femininas. Dona Judite Bevilacqua, mãe de Murad, é decoradora e desde o falecimento do marido vive em sua terra natal, o Rio de Janeiro. Ela é a responsável pela ambientação e usa peças de sua filha, artista plástica, e muitos objetos produzidos por moradores locais, sempre procurando integração com a natureza. “Foi um grande desafio para mim, pois nunca tinha trabalhado com a temática do meio ambiente. Fiquei muito feliz em ajudar o meu filho na realização do sonho dele”, afirma Dona Judite.
Oswald Murad e sua mãe, Dona Judite
Pelo menos uma vez por ano ela passa alguns dias na pousada para “dar uma geral” na manutenção das peças de decoração e no enxoval do empreendimento. O desenvolvimento regional é valorizado com objetos produzidos na região, como os tijolos feitos à mão, os azulejos dos banheiros ou as luminárias.
Nesta área funciona o restaurante
Material de construção, peças de decoração e
alimentos são todos produzidos localmente
alimentos são todos produzidos localmente
Bem como os azulejos enfeitados e
a moldura do espelho do banheiro
a moldura do espelho do banheiro
Desde 2006, quando deixou definitivamente seu trabalho com comércio exterior para se dedicar exclusivamente à hotelaria, Murad tem se esforçado para trazer mais pessoas ao local. “Inauguramos em julho de 2006 com um grupo de jornalistas franceses. Hoje, 75% do nosso público são estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, Alemanha e França. Fechamos 2007 com 25% de ocupação e tarifa de R$ 235 pelo apartamento duplo com café da manhã. A alta temporada aqui é na época de verão do hemisfério norte, de junho a setembro. A uma hora de Cuiabá, uma hora e meia do Pantanal e duas da Amazônia, a Chapada dos Guimarães tem um potencial turístico enorme, e nem 10% está explorado”, explica o proprietário.
O pôr-do-sol começou assim…
…e se estendeu…
…nestas cores…
…até o anoitecer…
A lua cheia propiciou um clima ainda mais agradável
De manhã, esta é a paisagem
O que hoje é empreendimento de hospitalidade existia como fazenda desde 1780. “São 150 hectares de pousada e mais 250 que mantivemos como fazenda. Antigamente, o que era produzido aqui servia de alimento para Cuiabá, que está a cerca de 30 Km em linha reta”, afirma Murad.
Mais de 154 espécies de pássaros
já foram catalogados na região
já foram catalogados na região
A rica flora do cerrado pode ser observada
com trilhas feitas próximas ao hotel
com trilhas feitas próximas ao hotel
Repare na caneleira: necessária para evitar picadas de cobras
Aula ao ar livre. Galhos retorcidos e vegetação de pequeno
porte, típicos do cerrado. Há também algumas áreas
com árvores um pouco mais altas
porte, típicos do cerrado. Há também algumas áreas
com árvores um pouco mais altas
A caminhada vale muito à pena por si só…
…já que leva a áreas como esta, a Lagoa Azul,
dentro de uma caverna de arenito
dentro de uma caverna de arenito
A visita deve ser feita com guia credenciado,
o que evita possível depredação
o que evita possível depredação
A pousada só funciona com reservas e a parceria com André Thuronyi, da Pousada das Araras, no Pantanal, veio justamente para incrementar a ocupação. “Hoje consigo pagar as contas. Como a nossa proposta é boa, acredito que coisa melhor sempre virá”, espera Murad, que fala inglês, francês e espanhol. “Somos ecologiamente corretos, socialmente justos e economicamente sustentáveis. É preciso pensar global e agir localmente quando o meio ambiente está em questão. Oferecemos algo simples, mas aconchegante e confortável, para que a pessoa tenha um lugar gostoso para descansar depois de fazer uma trilha. Além disso, temos roda de viola, tai-chi-chuan e massagem ayuverda para promover qualidade de vida e bem-estar aos nossos clientes”, afirma ele.
Nós não tivemos acesso ao Parque Nacional da
Chapada dos Guimarães, que está fechado
desde abril devido a um acidente com turistas…
Chapada dos Guimarães, que está fechado
desde abril devido a um acidente com turistas…
…no entanto isso não impede que pelo menos outras
30 atrações turísticas da região, tão deslumbrantes
quanto às do Parque, sejam visitadas
30 atrações turísticas da região, tão deslumbrantes
quanto às do Parque, sejam visitadas
Aqui, a vista que se tem do Mirante do Morro dos Ventos
O fio de água à direita é a Cachoeira do Amor
No Mirante do Centro Geodésico da América do Sul, posto
que a Chapada disputa com a capital Cuiabá, o pontinho no
centro da foto mostra o tamanho do homem frente à natureza
que a Chapada disputa com a capital Cuiabá, o pontinho no
centro da foto mostra o tamanho do homem frente à natureza
Voltando à realidade: o vôo de Cuiabá a São Paulo
permite comparar a qualidade do ar das duas cidades
permite comparar a qualidade do ar das duas cidades
Tratamento de esgoto, consumo de alimentos orgânicos, reciclagem e compostagem são algumas das ações que a pousada utiliza. Quem se hospeda aqui, no entanto, não fica limitado a isso. Uma noite é suficiente para sair convencido de que quanto mais preservar, melhor vamos ficar.
(Chris Kokubo)
Serviço
Pousada do Parque
Rodovia Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Km 52 à direita, MT
Reservas: 65 3682-2800
Hotel: 65 3391-1346
Skype: pousada.do.parque
* O Hôtelier News viajou à Chapada dos Guimarães a convite da Secretaria de Turismo do Mato Grosso.