Ainda na fase de grupos da Copa do Mundo, o Catar se deparou com uma quantidade inesperada de quartos vagos, apesar da grande movimentação de pessoas. Portais online mostraram pelo menos 42 hotéis e proprietários de apartamentos do Airbnb oferecendo centenas de quartos. A situação vai na contramão dos avisos das autoridades locais sobre uma possível escassez de habitações devido à alta procura, o que levou o comitê organizador a providenciar acomodação extra em navios de cruzeiro e até acampamentos no deserto, revela o Skift.

Em Doha, os proprietários de hotéis esperavam 1,2 milhões de visitantes, com o período de 24 a 28 de novembro sendo o pico de hospedagens, mas houve queda na demanda. Tal cenário provocará efeitos indiretos no mercado imobiliário local, segundo avaliação de especialistas. Pelo que se pôde averiguar, muitos torcedores optaram por ficar fora da capital do Catar e ir de avião para os jogos, utilizando os mais de 500 voos diários de cidades próximas, caso de Dubai.

O Comitê Supremo de Entrega e Legado do Catar, organizador do torneio, não se pronunciou sobre a disponibilidade de quartos ou a respeito dos motivos da sobra de alojamentos. Pouco mais de uma semana antes da Copa, os organizadores disseram que havia pelo menos 25 mil quartos disponíveis para todas as noites.

Aumento de preços

Em um sinal de como as preocupações pré-torneio aumentaram as expectativas entre hoteleiros e proprietários, foi registrado aumento tardio de preços, com viajantes questionando a alta nas tarifas dos hotéis. E não foram só os viajantes estrangeiros que viram isso acontecer.

Enquanto alguns proprietários reduziram os preços à medida que a Copa do Mundo se aproximava, muitos ainda tentavam garantir negócios de curto prazo a preços muito mais altos. Os aluguéis de longo prazo no Catar aumentaram mais de 30% no terceiro trimestre, com alguns proprietários exigindo que potenciais inquilinos assinassem contratos de dois anos para prendê-los aos preços atuais, segundo relatório da Cushman and Wakefield.

De acordo com a Reuters, diversos consumidores relataram aumentos abusivos de preços e se viram praticamente obrigados a aceitarem as propostas dos proprietários, pois possuíam ingressos para o torneio e precisavam de acomodações.

(*) Crédito da foto: GooseB/Pixabay