O turbilhão que chacoalhou o setor hoteleiro parece ter passado como uma brisa leve para o Castelo de Itaipava Hotéis. No início da pandemia, a rede era apenas um empreendimento independente, que dá o nome a empresa. Contudo, nos anos seguintes o grupo começou a abraçar oportunidades de negócios e hoje conta com nove propriedades sob sua gestão.

Em 2020, o Castelo de Itaipava Eventos e Hotel, que contava com 16 UHs, passou por uma expansão, chegando a 82 quartos em 2021. No segundo ano de pandemia, a empresa assumiu a operação de outros empreendimentos, como Mediterranee; Bomtempo; Bomtempo II; Alto Ferradura; Atelier Molinaro; Luz Hotel; Geranium Blue Tower e Sotero Hotel.

Em entrevista ao Hotelier News, Jeferson Salvaya, sócio-diretor da Castelo de Itaipava Hotéis, revela que, atualmente, a rede possui quatro hotéis em Petrópolis e uma propriedade em Foz do Iguaçu; Arraial do Cabo, Búzios; Blumenau e Salvador — sendo as duas últimas aberturas recentes.

“Durante a pandemia, percebemos que estávamos localizados em uma região apenas. Até então, os planos não eram expandir as operações para destinos distantes. Entretanto, a crise nos mostrou que nosso serviço era bem feito e criamos coragem para estudar novas possibilidades”, explica Salvaya.

A busca por equilíbrio

A crise sanitária expôs falhas operacionais e fragilidades, levando muitos proprietários a abrirem mão da administração de seus negócios. Com o aumento da oferta de hotéis, a Castelo de Itaipava absorveu a gestão dos ativos. “Muitos parceiros não conseguiram levar a operação adiante e nos ofereceram. Desta forma, passamos a cuidar de mais três hotéis da região serrana do Rio”, acrescenta o executivo.

Alguns pontos beneficiaram a adição dos empreendimentos, como a central de reservas e RM (Revenue Management) próprios da rede. A Castelo de Itaipava incrementou sua expertise comercial, com boas parcerias com OTAs e operadoras.

“Na sequência veio Arraial do Cabo, assim, começamos a surfar nessa onda para abraçar novos estabelecimentos e implementar processos como uma grande rede. Mapeamos áreas de interesse, pois a ideia era gerar um equilíbrio entre serra, litoral e hotéis business”, conta Salvaya.

Com exceção do Castelo de Itaipava, Bomtempo e Mediterranee, que foram adquiridos pelo grupo, os demais empreendimentos são frutos de contratos de arrendamento. O sócio-diretor explica que as condições econômicas e taxas de juros elevadas tornaram inviáveis as compras dos ativos.

E o grupo não pretende parar por aí. Salvaya adianta que outras três negociações estão em curso em Curitiba, Natal e Belo Horizonte. Para 2023, a meta da rede é chegar a marca de 22 hotéis em seu portfólio.

Praças em destaque

Com uma base de hotéis pulverizada, o Castelo de Itaipava Hotéis vem observando ritmos diferentes de praça para praça. Salvaya conta que Foz do Iguaçu foi uma boa surpresa, uma vez que o destino sofreu com quedas bruscas na malha aérea e uma retomada que demorou a engrenar. Ainda no Sul, a operação em Blumenau está prevista para começar dia 1º de dezembro.

“Na região serrana, a demanda segue aumentando bem, com destaque para o período de inverno. Nosso hotel em Arraial é um dos únicos da cidade, que é majoritariamente composta por pousadas, nossa ocupação varia entre 60% e 80%. Em Salvador, nossa operação começa dia 15 de dezembro, mas estamos bem equipados e com mão de obra contratada”, salienta o executivo.

Em termos de diária média, Salvaya explica que todas as praças ainda sentem o indicador abaixo do ideal. Para o profissional, a falta de união do setor para elevar as tarifas é um dos empecilhos da retomada. “Todos precisam se unir para a praça ser levantada ao invés de brigar pela demanda”.

A rede aponta que alguns destinos se consagraram com maior retorno em vendas diretas, como a região serrana, que detém 60% de sua distribuição em canais diretos contra 40% de OTAs. “Nosso motor de reservas é um catalisador que replicamos em todas as praças”, avalia Salvaya.

O ingresso no timeshare

Além do incremento de portfólio, a Castelo de Itaipava Hotéis também aposta no timeshare para aumentar o bolo. A rede ingressou no segmento em 2021 como um meio de sanar as sazonalidades de algumas praças. Até o momento, o grupo possui unidades de vendas no Castelo de Itaipava, Mediterranee, Luz Hotel e Alto Ferradura.

“Nossa inspiração foi Gramado, que é o berço do timeshare. Entendemos que nossos hotéis se encaixavam no modelo e começamos pelo Castelo, que gera muito fluxo para Petrópolis. Montamos a primeira sala e depois fomos expandindo para Arraial do Cabo e Búzios”, explica Salvaya.

Quanto ao balanço de 2022, a previsão é encerrar o período com faturamento de R$ 80 milhões e ocupação média de 60% na rede como um todo.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Castelo de Itaipava Hotéis