Carlos França: diferenças entre São Paulo e Buenos Aires
8 de abril de 2008Carlos França, gerente geral do Marriott Plaza Buenos Aires
(fotos: Kim Mandel)
Carlos França nasceu em Portugal e trabalha no setor hoteleiro há 31 anos. Afirma que escolheu esta carreira principalmente pelo prazer de trabalhar com pessoas e prestação de serviços.
A atuação do executivo no trade teve início na recepção e, após dez anos, chegou à sua primeira gerência. Ocupou diferentes cargos, como chefe e subgerente de recepção, e logo estava à frente do departamento de hospedagem. Também trabalhou como gerente até chegar ao posto mais alto, o de gerente geral, função que desempenhou em várias redes hoteleiras.
Hôtelier News: Como foi sua adaptação em Buenos Aires?
HN: Quais são as principais diferenças entre Buenos Aires e São Paulo?
França: Em São Paulo se dança o samba e aqui o tango. É preciso saber dançar conforme a música. São Paulo é uma cidade muito grande, é a capital financeira da América do Sul. Já Buenos Aires é um destino mais humano que o brasileiro, já que o último não pára de crescer, uma verdadeira selva de pedra, que é a terceira maior cidade do mundo. Isso te dá muitas alternativas, mas proíbe muitas coisas também.
HN: Como são os mercados das duas cidades?
Buenos Aires apresenta uma situação mais favorável. É uma cidade que está em moda na América Latina, o que é um grande benefício para os turistas e executivos de negócios e também pela taxa de câmbio do dólar em relação ao peso argentino.
França: Não sei te responder. Isso vai depender do resultado financeiro dos empreendimentos. Se for positivo haverá demanda. Em São Paulo funcionou bem por um período, mas a construção exagerada superou a demanda.
HN: Como foi sua chegada em um hotel emblemático na cidade de Buenos Aires e que em 2009 celebrará seu centenário?
França: Estou muito orgulhoso em trabalhar no Marriott Plaza e estamos dando os primeiros passos para a festa do centenário. É um hotel ícone em Buenos Aires e faz parte de sua história e de sua cultura local.
HN: Está planejada alguma reforma para a comemoração dos 100 anos do empreendimento?
França: Sempre estamos realizando reformas e manutenção preventiva e tratamos de manter o hotel o mais atualizado possível. Tivemos a iniciativa de implantar o Marriott Bedding, que foi uma ação mundial, e estamos remodelando os banheiros. Para 2009 instalaremos TVs de LCD em todas as habitações. Além disso sempre procuramos atender às necessidades dos executivos de negócios, nosso público principal.
HN: Quais são as expectativas para o futuro?
França: As perspectivas para este ano são muito boas. Temos uma política interna de cuidar de nossos clientes e proporcionar o melhor serviço, com cerca de 450 colaboradores que atendem entre 500 e 600 hóspedes quando o hotel registra ocupação plena.
HN: Você acredita que em alguns anos a América do Sul será o principal receptor do turismo mundial?
França: Creio que sim. A Argentina tem muita beleza natural e há muito o que fazer e os profissionais do trade estão trabalhando pelo desenvolvimento do turismo diariamente. A região possui um potencial incrível. Agora os chineses estão viajando ao exterior. Quando começaram a desembarcar por aqui, será uma enxurrada. O mesmo acontecerá com os turistas provenientes da Índia. Temos muita confiança que isso irá acontecer.
HN: Como se atenderá ao crescimento da demanda se a crise aérea continuar?
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