O ano de 2022 começou com maior fôlego no turismo nacional e internacional, segundo levantamento da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo). De acordo com a entidade, no primeiro trimestre, as empresas do setor tiveram aumento de 66% no faturamento, frente ao mesmo período de 2021, aponta a CNN.

Os dados da Braztoa mostram ainda que a alta na procura foi de 86% para destinos nacionais e 14% no exterior, refletindo a força da tendência do turismo de proximidade. Dentro do Brasil, a maior parte das passagens foi vendida para a região Nordeste.

Entre os principais destinos, Salvador encabeça a lista. A capital baiana é seguida de perto por Fortaleza, Maceió e Natal em segundo lugar. Na terceira posição, estão Porto de Galinhas (PE) – que receberá o primeiro empreendimento da Westin Hotels & Resorts do Brasil e América do Sul – e Porto Seguro (BA).

Já entre as viagens internacionais, as principais buscas são por cidades como Cancún, Lisboa, Orlando, Paris e Dubai. Ao todo, 85,2% das empresas afirmaram que a demanda por destinos no exterior cresceu consideravelmente. Somente 14,8% das companhias alegaram estabilidade ou pouco crescimento. O relatório da Braztoa também mostra que 62% das operadoras notaram aumento significativo das tarifas no período.

Demanda reprimida impulsiona setor

Roberto Nedelciu, presidente da entidade, pontua que a melhoria da conjuntura não se limita aos mais ricos. “Esse cenário mostra que a demanda reprimida por viagens segue se concretizando, com embarques mais próximos entre as pessoas de maior poder aquisitivo, mas também ganhando força entre todos os brasileiros que amam viajar e que estão se organizando para que o tão desejado roteiro dos sonhos saia do papel e se torne realidade”, destaca.

Esse movimento também foi sentido em bares e restaurantes brasileiros, que registraram maior faturamento em abril. Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 35% dos estabelecimentos afirmaram ter trabalhado com lucro no mês, enquanto 28% registraram prejuízo.

“A pesquisa mostra que, após terem recuperado faturamento, as empresas lutam com algum sucesso para ajustar os preços, buscando melhor rentabilidade. A rápida escalada da inflação é o maior desafio do momento”, explica Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel.

Do total de estabelecimentos pesquisados, 78% disseram não conseguir acompanhar o aumento da inflação. Desses, 33% não reajustaram o valor do cardápio, enquanto 45% fizeram a mudança abaixo da variação média de preços.

“Muitos ainda estão pagando o preço das restrições e fechamentos durante a pandemia e precisam de ajuda para poder seguir na retomada. A adesão ao Relp, programa de escalonamento de dívidas, tem sido boa”, finaliza Solmucci.

(*) Crédito da foto: digasalinas/Pixabay