Após deixar o comando da Aviva, onde atuou por 14 anos, Francisco Costa Neto iniciou uma nova empreitada. Responsável por trazer a indústria de timeshare ao Brasil, o executivo lança hoje (5) a Beta Advisory (Brazilian Entertainment Tourism Advisory). A boutique de serviços de advisory estratégicos chega ao mercado em um momento de profundas transformações, o que o profissional alega ser o cenário perfeito para seu negócio.

“Antes, é preciso destacar que a empresa não tem nenhuma relação com a Aviva. Tenho muita segurança na minha capacidade de realização, pois fui testado diversas vezes em crises anteriores. Percebi uma demanda de pessoas que buscam entrar no setor turístico ou precisam transformar seus negócios. Poderia ter iniciado esse desafio em um momento mais estável, mas prefiro desta forma. Estamos escolhendo quais projetos pegar e minha dedicação será 100% personalizada”, comenta Neto.

Acionista da Aviva e membro do conselho da empresa, o executivo explica que na época em que estava à frente da detentora do Rio Quente, Costa do Sauípe e Hot Park, já existiam demandas de pessoas pedindo auxílio no desenvolvimento de projetos, mas que o momento era de se concentrar nos planejamentos estratégicos do cargo que ocupava.

“Quando você está no planejamento acaba ficando limitado quanto a poder atuar em outros empreendimentos e projetos. Queria fazer um impacto positivo no setor e acredito que a Beta vai me ajudar a fazer a diferença. As maiores transformações que o mercado está passando são agora e a pandemia só acelerou isso. Muitos segmentos estão abrindo a cabeça para novos modelos de negócios”.

A Beta Advisory tem como principais públicos-alvo proprietários de terrenos, resorts, hotéis, redes hoteleiras, parques, incorporadores, investidores, bancos, fundos de investimentos imobiliários, fundos de pensão, family offices dentre outros stakeholders que necessitam de uma opinião independente.

Neto ressalta que o papel do advisory se difere da consultoria em alguns pontos. O primeiro, é a multidisciplinaridade, atuando em diferentes frentes, desde o pré-desenvolvimento até a compra e venda de ativos. “As relações são mais longas também. Enquanto a consultoria atua mediante demanda e de forma reativa, o advisory fala diretamente com os acionistas e de forma proativa, provocando reflexões e direcionando oportunidades”.

No turismo, esse tipo de serviços ainda é escasso, podendo ser encontrado em segmentos como tecnologia, bancário e de saúde. Ao contrário da consultoria, o advisory atua com maior liberdade, complementando o trabalho dos consultores. “Esse papel completo quase não existe no setor hoje. Ele atua ao lado dos consultores a viabilidade de criação de produtos, processos e operações”, pontua Neto.

Beta Advisory - logo

Beta Advisory: serviços

A proposta é atuar em todas as frentes de pré-desenvolvimento, desenvolvimento, lançamento, operações, vendas, pós-venda, reposicionamento, compra e venda de empreendimentos. “Trazemos toda a parte de desenvolvimento, viabilidade, orientação e indicação de prestadores de serviços”, explica o executivo.

A empresa oferece serviços como:

Implantação e planejamento

  • Definição de melhor uso do terreno
  • Validação de Planejamento Estratégico
  • Estudo de Viabilidade
  •  Validação de Plano de Negócios
  • Estratégia de Vendas e Marketing

Estruturação do projeto

  • Conceituação de produto
  • Projeto de incorporação
  • Seleção de profissionais
    especializados

Gestão e operação

  •  Criação e Implantação
  • Governança Corporativa
  • Criação e Implantação de Indicadores & Processos
  • Comitês de Investimento
  • Acompanhamento de Indicadores de Desempenho
  • Revisão de Orçamento
  • Anual & Business Plan

Soluções financeiras

  •  Levantamento de Dívida
  • Levantamento de Equity
  • M&A – no setor
  • Desenho e implantação de Exit Strategy

Para complementar, a Beta seleciona profissionais de diferentes áreas de atuação como advogados, designers, arquitetos, agentes financeiros, gestores de projetos e comercializadores. “Coordenamos isso para que o cliente tenha ao seu lado os melhores profissionais e os mais saudáveis para aquele projeto. O cliente vai investir o necessário para obter os resultados esperados em todas as fases. Mas vale ressaltar que nós damos as opções, mas quem dá a palavra final é o investidor”.

O diagnóstico para definir quais serviços serão pertinentes ao empreendimento começa com a análise de atividade. Uma lista é criada e validada pela Beta até ser entregue aos clientes. “Somos muito criteriosos nas escolhas dos prestadores de serviços. Indicamos profissionais que achamos interessantes e que o cliente tenha os melhores resultados em custo, tempo e qualidade. Tive a oportunidade de trabalhar em quase todos os setores e subsetores do turismo e trazemos esses nomes com muita tranquilidade”.

Carteira de clientes

A empresa já nasce com um contrato fechado, mas a meta é fechar 2021 com até três grandes projetos na carteira. Sem revelar nomes, Neto conta que se trata de uma conversão hoteleira em multipropriedade e outro está em fase de negociações. “São negócios grandes, com VGV (Valor Geral de Vendas) próximo de R$ 1,5 bilhão. Também estamos prospectando contratos com parques, mas a multipropriedade é uma área que está muito aquecida no Brasil”.

O ex-CEO da Aviva destaca que, por ter vivido os papéis de executivo, investidor e conselheiro, se conecta com as dores dos profissionais, fator fundamental para o êxito dos negócios. “Tenho empatia pelas dores dessas pessoas. Trazemos além do know how, networking e uma comunicação efetiva”.

E não é qualquer contrato que a Beta Advisory tem o interesse em fechar. A empresa mira, principalmente, em projetos grandes e de alto potencial de mercado. Os critérios de avaliação são baseados na capacidade de tomada de decisão, uma boa governança e histórico do empreendimento. “Avaliamos se o projeto está bem estruturado e o potencial. É importante que o investidor seja resolutivo, pois para dar certo, é preciso ter um bom olho para os negócios. Muitas vezes a tomada de decisão é o que emperra o andamento”.

Por hora, Neto deve tocar a empresa sozinho. Ele salienta que o modelo de negócios é 90% baseado em riscos e apenas 10% fixos. “O meu sucesso depende totalmente do sucesso do cliente. Meu modelo envolve a participação nos resultados, o que não acontece na consultoria, que trabalha com valores garantidos”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Beta Advisory