Alguns meses após o lançamento da Atlantica Residences, vertente da Atlantica Hospitality International voltada aos residenciais com serviço, a rede hoteleira decidiu elucidar e reforçar alguns pontos sobre a novidade. Com o modelo encabeçando a temática do 2º Conectahi, executivos falaram sobre as facilidades e ouviram de players a importância disso na retomada.

De acordo com Leonardo Rispoli, vice-presidente de Marketing, Vendas e Inovação da Atlantica Hospitality International, o short-term rental, ou residencial com serviços, é resultado do desenvolvimento no mercado imobiliário. “É uma nova vertical adotada por nós e que já é tendência mundial. A pandemia nos mostrou a importância de ter mais flexibilidade na hospedagem e o quanto isso pode trazer em resultados, seja financeiro ou operacional”, afirma.

Há pouco tempo nesta seara, a Atlantica Residences ainda caminha com seus modelos residenciais. Mais do que isso, a implementação do modelo servirá para ocupar espaços distintos à hotelaria, até mesmo em preços. “O que agregará valor é a ideia dos produtos por demanda, mas as regras estão sendo desenhadas em conjunto com os próprios parceiros do mercado. Os processos serão alterados dessa forma”, complementa Rispoli.

Contudo, mesmo sendo um produto distinto do que a hotelaria tradicional da Atlantica Hospitality traz, o grupo decidiu unificar as ofertas. Isso acontece após o lançamento de um novo market place, que inclui hotéis e residenciais com serviços on demand.

“É uma forma de sermos mais responsivos e intuitivos, unificando o endereço eletrônico dos produtos e facilitando a comercialização nos canais diretos. Na prática, a Atlantica Residences continua com seu aplicativo próprio para acompanhar esta experiência em paralelo”, explica o executivo.

Atlantica Residences: e os hotéis?

Os hotéis tradicionais, então, deixou de ser importante para a Atlantica Hospitality? Este espaço está sendo roubado? São perguntas comuns que o hoteleiros podem ter pensado com a entrada da empresa em outro meio de hospedagem. Para elucidar, Guilherme Martini, vice-presidente de Operações da rede hoteleira, foi claro.

“Não estamos falando de um produto substituto, mas sim complementar ao que já existe de hotelaria tradicional na Atlantica. Entendemos que como empresa de hospitalidade, o nosso papel é oferecer demandas diferentes para cada necessidade dos clientes. Ao contrário de conflitar, o residencial com serviços fortalece a hospitalidade, pensando em operações mais enxutas que trarão benefícios também à hotelaria”, pontua.

O que pensa o mercado?

Após a apresentação por parte dos executivos da Atlantica Hospitality, alguns players da cadeia produtiva participaram de uma roda de debate. O objetivo foi compreender opiniões sobre a Atlantica Residences e alinhar possíveis pensamentos divergentes.

Em ordem, Marina Shimada, responsável por Gestão de Viagens da Honda Brasil, foi a primeira a se manifestar. “É uma novidade que vai de encontro com a retomada das viagens corporativas, já que as pessoas sentirão falta de ficar em casa. O produto reforça a ideia de ‘continuar em casa fora de casa'”, diz.

Em seguida, Cláudia Bressane, consultora e especialista em longstay, citou pontos importantes para o residencial com serviços ser adotado. “Em tempos de pandemia, ter autonomia do auto check-in é de extremo valor para clientes que querem evitar aglomerações desnecessárias aos dias de hoje”, afirma.

Além disso, a executiva também ressalta a flexibilidade de atender demandas diferentes das empresas e conversar desde o colaborador mais jovem até o mais experiente.

A terceira a falar foi Regina Soto, diretora de Supplier da Flytour Business Travel, que citou o momento de disrupção vivido no turismo mundial. “Mais que adaptação, reinvenção e cocriação são necessárias para os segmentos, principalmente corporativo. A Atlantica Residences, portanto, é uma oportunidade do viajante procurar por diversos níveis de hospedagem e escolher os serviços que deseja. Todos os lados ganham: cliente, empresa e companhia de hospedagem”, relata.

Por fim, Marcos Fernando Gay, CEO da B2B Reservas, trouxe os meios de pagamento para a discussão. “O sistema de recebimento precisa alcançar diversos segmentos e moldar-se às necessidades. Neste caso, por exemplo, o residencial com serviço tê-lo de forma integrada é um grande avanço para hospedagens e clientes. Digo isso levando em consideração que quase 80% das pessoas que negociam conosco utilizam algum meio digital de pagamento. As pessoas estão buscando atualização”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Reprodução