Em seu relatório de resultados do segundo trimestre deste ano, a Hilton apontou que seu pipeline de desenvolvimento totaliza quase 2.780 hotéis, representando mais de 413 mil quartos em 114 países e territórios, incluindo 29 localidades onde o grupo ainda não possui nenhuma propriedade. Por outro lado, considerando fatores como a inflação, desafios na cadeia de suprimentos e o mercado de trabalho como um todo, abrir esses hotéis não vai ser tarefa fácil.

Para a gigante norte-americana, um dos principais motores de crescimento de longo prazo seria retomar o ritmo em que adiciona propriedades ao seu portfólio. O crescimento de quartos, inclusive, foi um importante impulsionador da receita da empresa, juntamente com o aumento das diárias médias, aponta o Skift.

Ao divulgar os resultados ontem (27), a Hilton informou que está a caminho de aumentar as unidades líquidas em até 5% neste ano. O valor, porém, está abaixo da faixa de 6% a 7% que a rede possuía no período anterior à crise sanitária. No entanto, mesmo operando abaixo de 2019, a empresa continua otimista em relação ao pipeline.

“Um em cada cinco quartos de hotel em construção em todo o mundo está vinculado a uma marca Hilton. Nossa participação no mercado de desenvolvimento é mais de três vezes maior do que nossa participação existente devido ao nosso RevPar”, afirma Christopher Nassetta, presidente e CEO da Hilton.

Recorde de desenvolvimento

No segundo trimestre, a rede impulsionou a assinatura de acordos de desenvolvimento hoteleiro. O número de quartos foi superior, inclusive, ao observado em junho de 2019. Nassetta defendeu o desempenho da empresa, citando dados de pesquisa da STR, que aponta que as adições acumuladas da Hilton foram maiores do que todos os principais concorrentes sediados nos EUA.

Entre os fatores que podem comprometer o pipeline, também estão o aumento das taxas de juros, que podem trazer restrições de capital para proprietários e desenvolvedores de hotéis.

“Olhando para o futuro, a Hilton vê amplo espaço para aumentar seu portfólio orgânico de 18 marcas, com o que sentimos ser um apetite limitado a quase zero por fusões e aquisições, dada sua capacidade de preencher espaços em branco e uma economia associada ao crescimento orgânico”, diz Joseph Greff, do JP Morgan Research, em relatório recente.

Demanda de negócios segue se recuperando

No trimestre, a Hilton viu as viagens de negócios atingirem cerca de 95% dos níveis pré-pandemia. Nos EUA, o indicador já superou 2019. Além disso, a rede também está bastante otimista em relação à demanda de lazer e, no geral, espera que muitos de seus quartos sejam preenchidos este ano.

“Em todo o sistema, no segundo semestre, esperamos que a ocupação esteja por volta de 90%”, finaliza Nassetta, sugerindo que o desempenho pode estar cinco pontos abaixo do nível pré-pandemia, mas com taxas provavelmente mais altas que 2019.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hilton