O apagão que deixou sem energia elétrica diversas cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, desde o dia 3 de novembro, trouxe prejuízo de pelo menos R$ 500 milhões a quase 14 mil empresas dos segmentos de Alimentação e Turismo. Os dados são de uma pesquisa da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo). A ABIH-SP e o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), pontuaram que seus associados não relataram qualquer tipo de prejuízo.

Em contato com a reportagem do Hotelier News, Ricardo Roman Jr, presidente da ABIH-SP, pontuou que não houve nenhuma queixa ou reclamação por parte dos associados da entidade. “Nesse período, não recebemos nenhum informe de prejuízo relacionado ao apagão nos nossos associados, visto que a maior parte dos nossos hotéis possui gerador de energia para esse tipo de emergência”, aponta.

“Nos últimos dias, também estive em contato com o Orlando Souza, do FOHB, e aparentemente os empreendimentos associados também não reportaram nenhum tipo de perda causada pela falta de energia elétrica”, finaliza.

Fhoresp: dados da pesquisa

A entidade aponta que os setores, que vinham se recuperando após a pandemia de Covid-19, terão um período difícil para recompor as novas perdas, conforme prevê Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.

“Estimamos de três a quatro meses para o setor se recuperar dos prejuízos causados pelo apagão ao longo dos últimos dias, não só pelos estoques de produtos perecíveis, mas também pelo lucro cessante, ou seja, valores que as empresas deixaram de lucrar nesse período”, diz Pinto.

O diretor ressalta que os prejuízos tomaram maior proporção porque, em razão do feriado de Finados (02/11), hotéis, bares e restaurantes esperavam incremento no movimento e, sendo assim, estavam com os estoques reforçados.

“Os setores de Turismo e Alimentação se prepararam para o feriado prolongado, obviamente esperando lucro, e o que aconteceu foi o contrário. Hoje, estão contabilizando prejuízos. Pequenos e microempresários são os que sofreram as maiores perdas, pois têm menor poder de caixa para suportar uma situação como esta, de vários dias sem energia elétrica”, analisa.

Ações

Uma das iniciativas propostas pela Fhoresp é a prorrogação dos vencimentos de tributos, como o ICMS e ISS. “Estamos solicitando ao governo do Estado de São Paulo e às prefeituras que ponderem ampliar o prazo de recolhimento de impostos, para que as empresas prejudicadas tenham um prazo maior para a quitação. Isso já ajudaria, em um primeiro momento, aquelas que foram atingidas pelo apagão. Poderes executivos têm essa prerrogativa”, argumenta o gestor da entidade.

Além disso, a Federação também colocou seu departamento Jurídico à disposição dos associados para mediação de ações individuais na Justiça. “Havendo a comprovação do prejuízo, os sindicatos representados pela Fhoresp tem todo o estado de São Paulo estão à disposição para acompanhar as ações de compensação. Importante, para tanto, é que tudo esteja documentado por meio de notas fiscais, vídeos e fotos”, reforça o diretor-executivo.

(*) Crédito da foto: RosZie/Pixabay