Mantendo a tendência de crescimento desde o início do ano, o setor de viagens corporativas não alcançou o faturamento pré-pandemia por pouco. De acordo com uma pesquisa da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), o segmento faturou R$ 1,093 bilhão em maio, apenas 2,4% abaixo do mesmo mês de 2019 (R$ 1,120 bilhões). Na comparação mensal, o avanço foi de 25%, frente aos 875 milhões registrados em abril.

Caso essa tendência permaneça, a previsão da entidade é de que o faturamento do setor cresça cerca de 20% neste ano em comparação a 2019. Os resultados, no entanto, foram impulsionados pela alta nos preços das passagens aéreas, fator que afeta o segmento drasticamente, podendo até limitar o processo de recuperação.

“As projeções são otimistas para o faturamento do ano, puxado principalmente pelo aumento das passagens aéreas, que tem um peso de 65% no total, mas ainda esperamos uma recuperação no número de viagens, que continua 35% abaixo a 2019”, diz Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

Do mesmo modo, não é apenas o querosene de aviação que sofre com as altas dos preços. Segundo Tanabe, esse maior faturamento ainda não teve impacto algum nos resultados das agências, devido ao grande aumento dos custos no segmento, principalmente em tecnologia e pessoas.

Outros segmentos

De acordo com a pesquisa, que reuniu grandes agências de viagens corporativas e analisou 11 setores do mercado, o serviço de locação foi destaque. Em maio, o segmento atingiu a marca de RS 33 milhões, ou seja, 3,4% do faturamento total do setor, ficando próximo dos EUA, onde responde por 4% do total, no período pré-pandemia. “Locação teve bom desempenho mesmo nos períodos do auge da pandemia. O setor mais do que dobrou a representatividade no faturamento global”, afirma Tanabe.

Os cruzeiros também tiveram alta em relação a 2019, segundo o levantamento da entidade. Em maio, o segmento faturou R$ 115 milhões, frente aos R$ 81 milhões registrados no mesmo mês de 2019. Enquanto isso, o setor de Viagens Lazer faturou R$ 9 milhões, contra os R$ 7 verificados em maio de 2019.

O setor de agências de viagens chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021, em razão da retração das viagens corporativas. Em 2022, porém, na avaliação da Abracorp, já se espera uma recuperação dos empregos, que vêm sendo retomados desde o início deste ano.

No entanto, segundo Tanabe, recuperar a mão de obra e alcançar o equilíbrio sustentável continua sendo um dos principais desafios do setor, diante da alta dos custos na atividade. Esses elementos impactam diretamente no custo dos serviços prestados pelas TMCs.

(*) Crédito da foto: Briana Tozour/Unsplash