Ainda que tenha sofrido bastante durante a pandemia, o desempenho da hotelaria paulista vem se retomando gradativamente. A 22ª edição da pesquisa da série exclusiva realizada pela ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) revela que o setor está se recuperando de forma estável, diferente dos períodos mais agudos da crise sanitária, em que os resultados oscilavam mês a mês. Além disso, os hotéis de regiões com apelo corporativo foram destaque no mês de abril.

Durante o quarto mês do ano, o estado registrou uma taxa de ocupação acumulada de 56,15%. Em relação ao mesmo mês de 2020, o resultado representa um crescimento de 726,29%, e 174,71% em relação ao ano passado. No entanto, essas comparações são frágeis, em especial em relação ao primeiro ano de pandemia, quando quase todos os hotéis ficaram fechados. Ainda assim, a variação para março de 2022 foi de +0,18%, porém ainda abaixo do desempenho pré-pandemia, com -14,38% frente a abril de 2019.

Já a diária média acumulada ficou em R$ 290,31, contribuindo para um RevPar de R$ 163,00. Tendo em vista as dificuldades para encontrar mão de obra, entre os hotéis em operação (98,86%), as UHs declaradas fechadas, equivalem a 1,56%, variação positiva de 1,41 p.p. em relação ao mês anterior. Enquanto a relação funcionários-UHs ficou em 0,37%, alta de 15,6% na mesma base comparativa e queda de 38,3% na comparação com o início da série.

Abril é o segundo mês de melhor desempenho das MRTs (Macrorregiões Turísticas) onde predomina a atividade corporativa. Quanto às MRTs focadas em lazer, embora refira-se à baixa temporada, o calendário de feriados, que inclui a transferência dos desfiles de Carnaval para o feriado de Tiradentes, contribuiu para um desempenho regular.

Retomada e recuperação

Para o conselheiro fiscal da ABIH-SP e desenvolvedor responsável pela pesquisa, Roberto Gracioso, o setor aos poucos vem retornando ao normal. “Os impactos passados ainda vão perdurar por bom tempo, pois não se estoca nem se repõe perdas de produtos hoteleiros, que são, por natureza, produzidos e consumidos no mesmo momento”, continua.

“Neste contexto, por meio desta pesquisa, a ABIH-SP espera colaborar com a tomada de decisões e unir forças em prol do fortalecimento do setor. E de toda cadeia produtiva hoteleira do estado de São Paulo”, finaliza Gracioso.

(*) Crédito da foto: alexramos10/Pixabay